A emoção de Humberto Neder ao receber do dep. Roberto Orro a Comenda do Mérito Legislativo

30/04/2004 - 13:05 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

<P>“Quero manifestar o meu profundo agradecimento ao deputado Roberto Orro, pela concessão do título que tanto me honra e orgulha, que será o marco indelével na minha vida e na biografia da minha existência por essa terra”. A afirmação é do advogado, empresário e dirigente político Humberto Neder, em seu pronunciamento, ao receber a Comenda, dia 20 de abril, em Sessão Solene presidida pelo <STRONG>deputado Roberto Orro</STRONG>, autor da proposição na Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul, que lhe conferiu a Medalha e o Diploma do Mérito Legislativo/2004.. </P><P>Emocionando os presentes, Humberto Neder lembrou em sua fala, os anos de lutas, sacrifícios, vitórias e de verdadeiro auxílio ao crescimento e desenvolvimento do então Estado uno de Mato Grosso. “Recordo-me, com satisfação, o dia 15 de agosto de 1953, quando, numa cerimônia, na Igreja Matriz de Santo Antônio, em Campo Grande, o então prefeito Wilson Fadul me disse: Humberto eu tenho uma missão para você. Quero que constitua uma companhia telefônica. Eu disse: Eu! Companhia Telefônica? Mal sei discar os números do telefone. Ai ele disse que ia abrir a concorrência telefônica e já tinha duas empresas, sendo, uma estrangeira, que você conhece muito bem, que se prontificam a participar da concorrência e evidentemente irão trazer para cá o seu “know how”, a sua experiência, e, também, a sua ganância e as suas ambições”, afirmou. </P><P>Segundo Dr. Humberto, “movido por palavras tão chocantes e depois do Dr. Fadul ter elogiado a minha luta de tantos anos em prol da Petrobrás, da qual fui presidente, em MT, da Comissão para Estatização dos Serviços de Exploração do Petróleo, na campanha nacional do Petróleo é nosso, aceitei o desafio para ficar seis meses e acabei por ficar 20 anos, tendo que abandonar minha carreira de advogado que exercia nas comarcas de Campo Grande, Dourados e Ponta Porã, entre outras. Dediquei-me de corpo e alma à instalação desse serviço que julgava, então, ser da mais alta importância, como demonstrou ser no decorrer de toda minha existência”.</P><P> Lembrou, ainda, e, pela primeira vez relatou publicamente que, “permaneci vinte anos na presidência e na direção da empresa, até que fui afastado por um golpe de força do regime militar de 1964, que desejava, sobretudo, que eu declarasse, que eu prestasse depoimento que comprometesse meus diretos amigos, presidente Jucelino Kubistschek e João Belchior Marques Goulart. Neguei-me a isso e acabei tendo que sacrificar a minha carreira política, a minha carreira de banqueiro, fundador do Banco do Povo de Mato Grosso e dirigente de qualquer empresa aqui do Brasil; inclusive as que eu desejasse instalar seriam, evidentemente, tocadas e influenciadas pelo mau espírito da Revolução de 31 de março. Tive que renunciar a tudo e exilar-me no Paraguai, onde 22 anos, de 1972 a 1993, permaneci na minha odisséia tão longe do meu país, findada com a decretação da Anistia em 1979”. </P><P>Ao terminar seu discurso de improviso, Dr. Humberto Neder, afirmou o que disse considerar “da mais profunda relevância”: “Um dia, que sei que está próximo, dada a minha avançada idade, 83 anos, terei que prestar contas ao criador dos seres e das coisas, da minha vida e da minha passagem por esta terra. E se o Senhor me perguntar: Meu filho, o que você fez de importante na sua vida? Eu direi: Senhor existem três coisas que eu considero as mais importantes. A primeira delas foi ter casado com a doce e querida Nair, com quase sessenta anos de convivência pacífica e humana; foi o seu companheirismo, o seu espírito de camaradagem e a sua coragem que me inspiraram, me animaram e me fizeram ir tão longe o quanto pude ir nessa vida”.</P><P> A segunda, continuou Humberto Neder, “foi ter marchado com a Força Expedicionária Brasileira, complementando a minha vida de cinqüenta anos de luta pela democracia e pelos direitos democráticos; ter marchado contra o fascismo e contra o nazismo, que tentavam escravizar o mundo. E a terceira, Senhor Deus e Pai de todos nós, por ter dado a Mato Grosso do Sul a oportunidade de se livrar do isolamento e da distância hostil que o tinham imposto. Agradeço, pois ao <STRONG>deputado Roberto Orro</STRONG>, que desde muito tempo me conhece e sabe do vigor com que enfrentei todas as dificuldades e que também entende que, a vida de um pioneiro é dura e sacrificada, mas vale a pena, vale a pena quando ao final dela se tem o reconhecimento como estou tendo hoje, nesta ilustre Casa”. </P>
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