Para trabalhador, redução de jornada não compromete produção

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Carlos Lopes
16/11/2009 - 17:06 Por: Fabiana Silvestre    Foto: Roberto Higa

Carlos Calves Lopes, hoje com 37 anos, sabe muito bem como é a rotina exaustiva de 12 horas diárias de trabalho em uma mesa de cortes de carne. Trabalhou em frigoríficos no Brasil e na Austrália, o que lhe causou doenças ocupacionais.

Hoje, à frente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fabricação de Massas Alimentícias, Biscoito, Macarrão e Panificação em MS (Sindmassa) em Rochedo, reafirma que a redução da jornada é fundamental para a qualidade de vida dos trabalhadores e não significa, necessariamente, queda na produtividade.

"Na Austrália, trabalhávamos oito horas por dia, de segunda a sexta-feira. Além da folga aos fins de semana, tínhamos o day off, que era mais um dia de folga semanal", contou.

Lopes explicou que, no início, foi discriminado por ser brasileiro. "Eles retiravam três pessoas da mesa e colocavam um brasileiro no lugar, dizendo 'ele aguenta'", lembrou. Ainda assim, considera as condições de trabalho bem melhores na ilha do que no Brasil. "A produção era a mesma, mesmo trabalhando menos dias", garantiu.

Segundo ele, a sobrecarga de trabalho tem ocasionado inúmeros acidentes, que muitas vezes deixam sequelas irreversíveis. "Todos precisamos trabalhar, mas sem escravidão", afirmou.

O Sindmassa reúne trabalhadores em 43 municípios do Estado. Eles reivindicam a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais.
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