Jovens da Capital têm apoio ao ingresso no mercado de trabalho

Imagem: Wallace Luis, 16, garantiu sua vaga no mercado de trabalho.
Wallace Luis, 16, garantiu sua vaga no mercado de trabalho.
14/10/2011 - 18:30 Por: Talitha Moya    Foto: Roberto Higa

Segundo dados divulgados este ano pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), mais da metade dos desempregados no Brasil são jovens. Uma das principais dificuldades pode ser a falta de experiência profissional, mas na Capital de Mato Grosso do Sul mais de 60% do total de empregados com carteira assinada são jovens entre 16 e 24 anos.

No sentido de facilitar ainda mais a entrada dos adolescentes no mercado, a lei 4.094/11, instituída no último dia 5 de outubro, obriga as empresas que recebem incentivos fiscais do Estado a destinar, no mínimo, 10% das vagas de trabalho ao primeiro emprego.

De acordo com autor da lei, deputado Marcio Fernandes (PTdoB), a proposta visa amenizar a dificuldade que os jovens têm para conseguir uma vaga de trabalho, tendo em vista o fato de não possuírem experiência profissional comprovada, requisito exigido pelos empregadores.

Outro apoio tem feito a diferença para os jovens na busca pelo primeiro emprego. Em 29 anos de atuação, o IMCG (Instituto Mirim de Campo Grande) já atendeu mais de 21 mil adolescentes.

“Em muitos casos, são eles os principais responsáveis pelo sustento da casa”, explica a diretora executiva do IMCG, Denise Mandarano.

Para a diretora, o trabalho é o principal caminho que desvia o jovem da criminalidade. “Dizer que o jovem é o problema está errado. Ele não é o problema, o que falta é oportunidade e amor”, afirma Denise.

A entidade tem convênio com diversas empresas dos setores públicos e privados e funciona como uma ponte para o mercado profissional aos jovens. “Não é uma instituição qualquer, é uma iniciativa séria e de credibilidade”, ressalta.

Por esta razão, a cada seleção feita pelo IMCG, a concorrência é acirrada. Só em 2010, foram seis mil jovens na disputa para preencher as 1.400 vagas.

Para participar do processo seletivo, o candidato deve ter entre 14 anos e seis meses e 15 anos e seis meses, possuir escolaridade do oitavo ano em diante, ter boas notas escolares e ser oriundo de família com renda total de até três salários mínimos. “Quanto à renda, nós avaliamos conforme o número de membros das famílias”, acrescenta Mandarano.

A seleção é feita por meio de entrevista e visita domiciliar. Ao entrar para o Instituto, o jovem passa a frequentar cursos que visam prepará-lo para o trabalho e a participação social, formação do pensamento crítico e a formação ética. Depois de completar 16 anos, o jovem é encaminhado ao mercado onde trabalha em período integral e estuda à noite, com direito à remuneração de um salário mínimo e registro na carteira de trabalho. Neste ano, uma nova seleção está marcada para ocorrer em novembro.

Por enquanto, somente duas unidades do Instituto atendem a demanda do jovem pelo primeiro emprego. A unidade I está localizada na rua Anhanduí, 294, no Centro, ao lado do Teatro de Arena do Horto Florestal. Já a unidade II se encontra na rua Usi Tomi, 567, no bairro Carandá Bosque.

“Nosso sonho é poder contar com novas unidades porque o IMCG é um projeto que acrescenta algo a mais para os jovens”, diz Denise.

Há dois anos, Wallace Luis Cavalcante, 16, foi um dos selecionados pelo Instituto Mirim. Assim que se formou pela entidade, o adolescente foi encaminhado ao mercado. Desde então, ele auxilia o setor administrativo do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

Para o jovem trabalhador, a experiência é o pontapé que faltava para futuras oportunidades. “É muito difícil o acesso ao mercado e com essa chance do Instituto, vai ser mais fácil conseguir um novo emprego”, declara o mirim.
Permitida a reprodução do texto, desde que contenha a assinatura Agência ALEMS.
Crédito obrigatório para as fotografias, no formato Nome do fotógrafo/ALEMS.