Na luta contra o câncer, Assembleia cria Programa Antitabagismo

Imagem: Programa criado na Assembleia Legislativa de MS ajuda fumantes a abandonarem cigarro.
Programa criado na Assembleia Legislativa de MS ajuda fumantes a abandonarem cigarro.
08/04/2013 - 16:41 Por: Nathália Barros    Foto: Marco Miatelo

Duzentas mil pessoas morrem por ano, no Brasil, em decorrência dos males do cigarro. A estimativa é do Governo Federal, que também aponta, por meio do Ministério da Saúde, que 15% das pessoas com mais de 18 anos são fumantes. Desse total, 14% - cerca de 2,3 milhões - querem parar de fumar.

E não é para menos. Com mais de 60 substâncias cancerígenas, o cigarro potencializa de 10 a 20 vezes as chances de desenvolvimento de cânceres de boca, faringe, laringe, traqueia, pulmão, esôfago, estômago, rins, bexiga, colo do útero, mama e leucemia. O fumo também é responsável por 90% das DPOCs (Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas).

Ficar livre de tantos problemas não é nada fácil. Quem para de fumar tem que esperar cerca de 20 anos para ter o mesmo risco de desenvolver doenças oncológicas que uma pessoa que nunca fumou.

O tabagismo é tão ruim que até mesmo quem não fuma pode sofrer as consequências negativas do cigarro. Para se ter uma ideia, o fumante passivo tem altas chances de contrair câncer de pulmão.

Dados alarmantes que revelam uma sobrecarga no SUS (Sistema Único de Saúde) por conta do hábito. Frente a esta situação, uma série de programas é desenvolvida com o objetivo de motivar os fumantes a largar o vício e garantir a longevidade.

No inicio desta semana, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a destinação de mais de R$ 12 milhões em medicamentos, ações preventivas e treinamento de pessoal. A meta do ministério é reduzir de 15% para 9% a proporção de fumantes até 2022.

Na Casa de Leis - Apesar de não contar com os incentivos federais, a Assembleia Legislativa também se empenha na luta contra o tabagismo.

Com o prazo de inscrição prorrogado até o dia 22 de abril, os servidores que têm o desejo de abandonar o vício podem contar com o auxilio de profissionais credenciados pela Sesau(Secretaria Municipal de Saúde) da Capital para a realização do programa. “No Centro de Saúde, um grupo formado por psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos e acupunturistas garante durante um ano toda a assistência necessária para que as pessoas larguem o cigarro”, explica a diretora Fabrícia Rezende de Rezende.

Rúbia Helena Bucchu, assessora parlamentar, esteve entre os participantes da primeira edição do programa, realizada em 2011. A decisão de integrar o grupo aconteceu depois de passar 26 anos fumando.

“Lembro que minha filha, aos oito anos, não pedia festa ou presentes no aniversário. O único pedido era o de que eu parasse de fumar. Esse foi um dos pontos que me estimulou a procurar ajuda para largar o vício”, recorda.

Hoje ela comemora estar há um ano e sete meses sem colocar um cigarro na boca. “Para mim, o programa do Centro de Saúde foi fundamental. O auxílio de todos os profissionais contribuiu diretamente para que eu conseguisse sair vitoriosa nesta luta. Eles antecipam os obstáculos que serão enfrentados, o que diminuiu consideravelmente a minha ansiedade. Se não tivesse isso, teria me perdido no meio do caminho”, ressalta a assessora parlamentar. “Lá aprendi a nunca ter medo da derrota, eles sempre fizeram questão de enfatizar isso. Sem dúvida nenhuma, aconselho aos fumantes que aproveitem a oportunidade”, ressalta Rúbia.

Programa - Os interessados em participar do programa passam, antes de tudo, por uma avaliação com um pneumologista do SUS. Na sequência, com a receita médica em mãos, retiram na farmácia do posto de saúde o repositor de nicotina que pode ser encontrado tanto em adesivo – colocado sobre a pele – quanto em goma de mascar.

Depois, os participantes se reúnem em grupo semanalmente. No mês seguinte os encontros são mais espaçados e ocorrem quinzenalmente e na sequencia a frequência diminui para uma reunião por mês, no primeiro semestre.

Durante os seis meses seguintes acontecerá uma única reunião, que fechará o ano de programa. Entretanto, a diretora do Centro de Saúde da Casa de Leis explica que, nesse intervalo, os profissionais de saúde estão à disposição dos participantes. “Aqui eles contam com acupunturistas que podem ajudar a diminuir a ansiedade, além de psicólogos. Nós sabemos que a luta não é fácil, mas temos certeza de que ela pode sim ser vencida”, defende Fabrícia.

Com vagas limitadas a oito pessoas, as inscrições podem ser feitas pelos telefones (67) 3312-2101 ou 3312-2129 até o dia 22 de abril. As reuniões começam no dia 2 de maio.
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