AL pede tempo a TJ para encontrar solução e manter comarcas

Imagem: Pedido dos deputados foi feito durante reunião na sala da presidência da Casa de Leis.
Pedido dos deputados foi feito durante reunião na sala da presidência da Casa de Leis.
19/06/2013 - 11:58 Por: João Prestes    Foto: João Prestes

Reunidos na manhã desta quarta-feira (19/6) na sala da presidência da Assembleia Legislativa, os deputados estaduais, prefeitos e representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) decidiram pedir ao Tribunal de Justiça que retire da pauta da reunião do Pleno – marcada para as 14h de hoje – o processo que fecha as comarcas de Angélica, Dois Irmãos do Buriti e Deodápolis. O presidente da Assembleia, Jerson Domingos (PMDB), comprometeu-se a procurar o presidente do TJMS, desembargador Joenildo Chaves, para pedir que aguarde mais alguns dias até que se busque uma solução para evitar o fechamento destas e de mais quatro comarcas: Anastácio, Batayporã, Itaporã e Rio Negro.

O TJMS alega que precisa de um aporte de R$ 3 milhões/mês para manter o custeio dessas comarcas. O presidente da seccional da OAB, advogado Júlio Cesar Souza Rodrigues, apresentou estudo em que mostra não haver economia nenhuma para o Tribunal com o fechamento dessas comarcas, já que todos os servidores serão remanejados. O juiz auxiliar da Presidência do TJMS, Odemilson Roberto Castro Fassa, argumentou que por determinação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) os tribunais devem lotar adequadamente as comarcas com juízes e servidores, e em Mato Grosso do Sul algumas têm carências. Se tivesse que contratar gente para suprir essa demanda, o Tribunal despenderia mais R$ 3 milhões ao mês. A solução encontrada foi fechar essas sete comarcas e transferir os servidores para as que têm déficit.

A saída viável é aumentar o aporte de recursos do Tribunal, concordaram os deputados. Entretanto, isso já não pode ser feito neste ano porque está em vigor o índice definido na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) do ano passado. Só ao governador caberia a iniciativa de repassar um valor maior, mas o Executivo alega indisponibilidade de recursos.

O deputado Felipe Orro (PDT), que vem acompanhando essa questão desde o início – tendo participado de várias outras reuniões com prefeitos e representantes do Tribunal – entende que a Assembleia deve chamar para si o problema e, na votação da LDO para 2014, ajustar os índices do TJMS para que tenha condições de atender as demandas e continuar prestando os serviços à população.

“O fechamento dessas comarcas, conseguidas com muita luta política, vai desamparar uma multidão de aproximadamente 100 mil pessoas, que deixam de ter o acesso à Justiça em suas cidades, terão que se deslocar até as cidades vizinhas, vai demorar mais e causar mais transtornos. Isso é andar para trás e não combina com o discurso de desenvolvimento que ouvimos. Entendo que a Assembleia, o governo e o Tribunal precisam dialogar e achar uma solução”, frisou.
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