Enersul não detalha investimentos; Trad quer impedir tarifaço

Imagem: Presidente do Sinergia/MS e Marquinhos foram a Brasília acompanhar de perto discussão sobre reajuste da luz
Presidente do Sinergia/MS e Marquinhos foram a Brasília acompanhar de perto discussão sobre reajuste da luz
29/01/2015 - 17:46 Por: Lidiane Kober    Foto: Divulgação

Pela segunda vez em um mês, o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) foi, nesta quinta-feira (29/1), a Brasília para acompanhar de perto a discussão sobre reajuste da energia, que entrará em vigor em 8 de abril. Ele está ciente da possibilidade de reajuste de até 40% e se esforça para a Energisa não aproveitar o momento “nebuloso” que o setor passa para transferir ao consumidor custos da concessionária.

“Quando assumiu a Enersul, a Energisa fez compromisso de que o consumidor não assumiria despesas por conta de erros da gestão anterior”, frisou o deputado. “O problema é que o setor vive momento difícil e tememos a possibilidade de a empresa aproveitar a situação para transferir custos ao usuário”, emendou.

Este ano, segundo Marquinhos, o consumidor deve arcar com “o represamento de encargos setoriais” (taxas pagas pelo consumidor para garantir o funcionamento do setor) feito pelo governo federal em 2014. “Foram decisões políticas feitas sem planejamento e agora o usuário vai pagar pelo ciclo anterior e por este”, explicou.

Justamente por causa dessas decisões políticas, a tendência é de aumento em todos os estados entre 35% a 40%. A possibilidade foi informada a Marquinhos, em dezembro, pelo diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Pepitone. “Obras de 34 hidrelétricas estão atrasadas e o consumidor está pagando mais caro para o sistema conseguir suportar o consumo”, exemplificou.

Para não piorar a situação, o deputado está de olho nos dados repassados pela Energisa. “Uma parte do aumento é reflexo dos encargos nacionais e outra é reivindicação da concessionária”, detalhou. Em Brasília, a empresa levou nota técnica com motivos do pedido de aumento.

“Os dados são genéricos, cobramos mais detalhes para poder rebater as informações e evitar tarifaço”, disse Marquinhos. Ele quer saber se a Energisa está cumprindo metas e investindo o que prometeu. “A queda de energia no Estado, por exemplo, é frequente e não atende metas impostas pela Aneel”, ponderou.

Mudança de nome – Ainda em Brasília, Marquinhos voltou a se manifestar contra a mudança de nome da Enersul. No dia 16, a Energisa publicou em órgão de imprensa convocação de assembleia para o dia 2 de fevereiro. Em pauta, a troca do nome da concessionária.

“Não queremos que isso aconteça, pois vamos perder a identidade e também entendemos que como é um contrato de concessão o Grupo não é dono da empresa, somente tem um contrato temporário de uso”, defendeu. “A Enersul é a empresa de referência no Estado, a mudança de nome faz com que esta referência se perca”, completou.

Presidente do Sinergia/MS (Sindicato dos Eletricitários de Mato Grosso do Sul), Élvio Vargas também foi a Brasília se manifestar contra a troca de nome. “Estão mais preocupados em mudar o nome do que mostrar detalhes dos motivos do reajuste pleiteado”, comentou.

Para ele, o consumidor não pode pagar pelos erros da gestão do sistema feito pelo governo federal. “O aumento precisa acompanhar o reajuste salarial, isso é o justo”, defendeu.
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