Kemp cobra equilíbrio de governador para solucionar conflito

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10/11/2009 - 11:15 Por: Edivaldo Bitencourt    Foto: Giuliano Lopes

O deputado estadual Pedro Kemp (PT) cobrou equilíbrio do governador André Puccinelli (PMDB) na condução dos conflitos entre índios e produtores rurais em Mato Grosso do Sul. Durante o grande expediente da sessão desta terça-feira, o petista afirmou que os índios são vítimas de uma guerra silenciosa no Estado.

Ele criticou o governador por supostamente incitar o conflito entre índios e produtores rurais. "Ele incita a violência", acusou, destacando que o caminho correto seria Puccinelli promover a paz, o entendimento e a ponte para o diálogo entre as partes em conflito.

Como exemplo, citou reunião em Dourados, quando Puccinelli autorizou os índios a prenderem a administradora regional da Funai (Fundação Nacional do Índio), Margarida Nicoletti. Depois, os índígenas a fizeram refém e obrigaram a assinar pedido de exoneração do cargo.

"O que está acontecendo é muito grave. Dois índios, professores, estão desaparecidos (desde o dia 31 de outubro deste ano em Paranhos", ressaltou. "A comunidade indígena está muito tensa e preocupada", informou Kemp, sobre o conflito na aldeia Pirajuí.

Kemp destacou que chegou a pensar em pedir intervenção do Governo federal para garantir a paz no Estado. Ele disse que o efetivo da Polícia Militar não é suficiente para impedir o conflito. "Existe o risco de correr mais sangue", alertou o petista.

Funai - Deputados da base aliada saíram em defesa do governador e acusaram a Funai (Fundação Nacional do Índio) e antropólogos de criar instabilidade no campo.

Paulo Corrêa (PR) afirmou que tudo começou com a elaboração de uma tese do professor Antônio Brand, de que os índios possuem 3,5 milhões de hectares na região sul do Estado. "A confusão não acaba nunca mais e o Governo federal não faz absolutamente nada pelos índios", acusou.

Ele citou os esforços de Puccinelli em dar assistência técnica, maquinário, sementes e até escolas para os índios. Sobre o conflito, o parlamentar ressaltou que já tinha alertado para o risco de "que iria correr sangue" no Estado.

Líder do PMDB, Akira Otsubo afirmou que a Funai começou errado ao tentar fazer demarcação por meio de portarias. "A Funai não tem feito nada pelos índios, se não fosse o governador, eles estariam totalmetne abandonados", disse.

Líder do Governo no legislativo, Youssif Domingos (PMDB) defendeu a construção do diálogo para buscar o direito dos índios Guarani Caiová e preservar os dos produtores rurais de mato Grosso do Sul. "Precisamos ter serenidade", frisou.

Paulo Duarte (PT) ressaltou também a necessidade de se ter equilíbrio na solução do conflito.
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