Juiz e servidora consideram que conquistas ainda são poucas

Imagem: Deputado Amarildo Cruz, Maria José da Silva e Deputado Coronel Ivan
Deputado Amarildo Cruz, Maria José da Silva e Deputado Coronel Ivan
20/11/2009 - 11:02 Por: Edivaldo Bitencourt    Foto: Higa

Juiz aposentado e ex-secretário estadual de Justiça e de Educação em Mato Grosso do Sul, Aleixo Paraguassu Neto, e a funcionária de carreira da Assembléia Legislativa, Maria José da Silva, consideram que os negros têm conquistas a comemorar hoje no Dia da Consciência Negra.

No entanto, Paraguassu Neto considera que as conquistas são poucas diante do tamanho da exclusão social do Brasil. "Medidas compensatórias ou repatórias não têm sido suficientes para promover a igualdade adequada e compatível com a democracia", ressaltou o magistrado aposentado.

Aleixo Paraguassu Neto e Maria José destacam como conquistas as cotas para negros na universidade e no serviço público. A primeira foi proposta pelo deputado estadual Pedro Kemp (PT). A segunda é de autoria do deputado Amarildo Cruz (PT).

Além de defender o aumento do leque das medidas compensatórias, Paraguassu Neto defendeu a mudança na cultura para acabar com a mentalidade discriminatória na sociedade brasileira. "Enquanto não se reverter isso, não haverá lei suficiente para mudar este quadro", destacou.

Aleixo Paraguassu Neto foi homenageado com o Troféu Zumbi dos Palmares por proposição do deputado estadual Amarildo Cruz (PT), que preside a sessão especial de hoje no Plenário Júlio Maia.

Carreira - Maria José é funcionária de carreira do legislativo estadual desde 1981. "Era difícil negro ingressar no serviço público, mas, para mim foi fácil, foi por Deus", afirmou a servidora, que é lotada como secretária da Diretoria de Segurança e Informação da Casa.

Ela foi homenageada pelo troféu por proposição do primeiro-secretário da Assembléia, deputado estadual Ary Rigo (PSDB). "Sou simples, alegre e brincalhona", falou.

Apesar das conquistas, Maria José afirmou que o racismo ainda é forte hoje. "Até hoje é difícil encontrar negros no serviço público", destacou.
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