Ex-prefeita de Eldorado relata experiência com crise da Aftosa de 2005

Imagem: Mara teve que tomar medidas urgentes durante a crise de 2005
Mara teve que tomar medidas urgentes durante a crise de 2005
22/09/2011 - 09:49 Por: Fernanda França - Assessoria de Imprensa    Foto: Giuliano Lopes

Hoje deputada estadual, Mara Caseiro (PTdoB) administrou o município de Eldorado por dois mandatos, e viveu como prefeita a crise da Febre Aftosa que atingiu em cheio a fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai em 2005. Sua experiência e as medidas que tomou na época vão ser relatadas hoje, durante reunião com representantes dos governos estadual e federal, produtores, e Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).

Em Eldorado, o encontro acontece hoje (22), às 19h, na sede do Sindicato Rural, com a presença de produtores rurais e lideranças dos municípios de Mundo Novo, Japorã e Iguatemi.

O foco de Febre Aftosa foi confirmado domingo (18) no Departamento de San Pedro/Paraguai. Estas reuniões são exatamente para orientar todos os envolvidos neste processo, já que o rebanho brasileiro está a apenas 130 quilômetros da localidade infectada.

Participarão do encontro a secretária Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias (Seprotur), o superintendente federal de Agricultura em Mato Grosso do Sul, Orlando Baez, e o presidente da Famasul, Eduardo Riedel, além de representantes da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), frigoríficos, transportadoras, lideranças de assentamentos, veterinários autônomos, consultores, lojas de produtos veterinários e escritórios de compra e venda de bovinos.

As autoridades do setor no Estado vêm acompanhando de perto os trabalhos sanitários do lado paraguaio, e já reforçou a vigilância na fronteira - todos os 11 escritórios da Iagro estão fazendo barreira volante, com o apoio de outras 5 barreiras volantes e mais 15 postos fixos - além do mapeamento de propriedades consideradas de risco.

A força tarefa conta com o apoio do Exército Brasileiro, Marinha, Aeronáutica, Polícia Federal, DOF (Departamento de Operações de Fronteira), Polícias Militar e Ambiental.

Tudo isso para evitar que Mato Grosso do Sul seja afetado pela mesma crise pela qual os municípios de fronteira passaram em 2005.

Naquela época, segundo Mara Caseiro, houve embargo aos produtos e subprodutos do leite, o que prejudicou sobremaneira assentados e pequenos produtores. “Era o único meio de sobrevivência deles. Ainda bem que fomos atendidos e o governo do Estado entrou com o Bolsa Leite, para amenizar os efeitos da crise”, detalhou.

Outra conseqüência foi o impedimento à comercialização de melões e melancias. A produção acabou se perdendo toda na roça, trazendo enormes prejuízos aos agricultores do município.

A ex-prefeita de Eldorado lembra que o frigorífico Friboi, que se preparava para exportar carne e aumentar de 600 para 1200 funcionários, fechou suas portas. “O efeito foi o contrário, em vez de contratações, ficamos sem nenhum emprego”.

A unidade chegou a retomar suas atividades após o fim da crise, mas com o abate massivo dos animais, a oferta caiu e o Friboi voltou a encerrar suas atividades. Outros três frigoríficos de Iguatemi também baixaram as portas. Somente um retomou os trabalhos.

“Tivemos que fazer um trabalho mais atuante na área da assistência social para socorrer estas famílias, intervindo junto ao governo do Estado e governo federal, para amenizar os efeitos da crise”, contou.

Além de Eldorado, outros encontros técnicos de esclarecimento devem acontecer esta semana, envolvendo produtores de Amambai, Ponta Porã e Bela Vista.
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