Depoente nega voz em áudio e CPI do Cimi vai periciar prova

Imagem: Em depoimento aos membros da CPI, Percedino diz que não é sua voz em áudio
Em depoimento aos membros da CPI, Percedino diz que não é sua voz em áudio
21/03/2016 - 17:18 Por: Fernanda França    Foto: Wagner Guimarães

O ex-vereador de Dois Irmãos do Buriti, Percedino Rodrigues, foi ouvido nesta tarde (21) pelos membros da CPI do Cimi, e negou que sua voz apareça em áudio entregue ao colegiado como prova de que há tráfego de armas com o objetivo de abastecer as aldeias da região.

A prova foi entregue à CPI pelo indígena Terena Rubson Ferreira de Oliveira, que prestou depoimento no dia 9 deste mês. No áudio, os dois conversam sobre o assunto e Percedino revela detalhes sobre a compra de armas, incluindo um fuzil automático. Ele também cita o nome de seu irmão, cacique Rodrigo, e diz que se sente ameaçado por ele.

Em seu depoimento, Rubson disse que entregou o áudio em 2012 ao então presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos. A prova também está com a Polícia Federal. Conforme a denúncia, o Cimi teria financiado a compra das armas, que eram adquiridas pelos indígenas no Paraguai. Um carro da prefeitura teria sido utilizado para transporte.

Entretanto, no depoimento desta tarde, Percedino negou veementemente que seja sua voz no áudio e alegou se tratar de perseguição. Por esse motivo, os membros da CPI vão mandar o material para uma perícia.

A CPI também recebeu das mãos do produtor rural Ricardo Bacha, proprietário da Fazenda Buriti, uma espécie de ata, onde foram relatados detalhes sobre o planejamento da invasão ocorrida em 2013. No documento, o nome de Percedino aparece como partícipe de duas reuniões, mas ele também nega.

Ele diz que não participou da invasão da fazenda Buriti e nem conhece membros do Cimi.

De acordo com a presidente da CPI, Mara Caseiro, se ficar comprovado que Percedino mentiu, ele pode ser acusado de falso testemunho, o que acarreta em prisão, entre outras penalidades.

NOVOS DEPOIMENTOS

A CPI do Cimi também aprovou nesta tarde os nomes de quem deve prestar depoimento nas próximas sessões: Valdelice Veron, Enir Terena e o cacique Renato Machado.

A próxima oitiva, segundo Mara Caseiro, deve acontecer no dia 30 de maio, às 14h, no plenário da Assembleia Legislativa.

Além de Mara Caseiro, participaram da sessão desta tarde os deputados João Grandão (PT), em lugar de Pedro Kemp (PT), e Paulo Corrêa (PR), relator da CPI.
As matérias no espaço destinado à Assessoria dos Parlamentares são de inteira responsabilidade dos gabinetes dos deputados.