No Dia do Índio, Mara Caseiro cobra governo pelo fim da guerra no campo

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Mara Caseiro diz que tanto índios quanto fazendeiros são vítimas dos erros do governo federal
19/04/2016 - 13:01 Por: Fernanda França    Foto: Victor Chileno

No Dia do Índio, comemorado nesta terça-feira (19), a deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) voltou a cobrar providências do governo Federal pelo fim da guerra no campo em Mato Grosso do Sul e por mais estrutura e assistência nas aldeias.

“Sabemos que o governo Federal tem uma dívida imensa com essas populações. Foi a União que concedeu títulos aos produtores, que não sabiam se tratar de territórios indígenas. Ali, eles cultivaram o solo, criaram suas famílias, constituíram seu patrimônio. Agora, o que se vê é uma guerra desumana entre os índios e os produtores rurais, ambos vítimas de um erro histórico do governo central”, afirmou.

O conflito, na opinião da parlamentar, fica ainda mais acirrado quando organismos nacionais e internacionais insuflam o desentendimento, incentivando os indígenas a invadir propriedades particulares e colocar em risco suas próprias vidas.

Para a deputada, é preciso que o indígena deixe de ser tratado como alguém dependente da estrutura governamental e passe a ser o autor de sua própria história.

“O indígena tem de estar onde ele quer estar. Os tempos mudaram e o índio quer viver com a mesma modernidade e conforto com que cada um de nós busca viver. Quer ser profissional, estudar, ser cidadão. E é nesse sentido que devemos trabalhar, buscando políticas públicas para esse cidadão indígena”, discursou.

Mara Caseiro destacou ainda a importância da reforma agrária indígena. Para ela, o índio não deveria ser apenas usufrutuário de áreas pertencentes ao governo federal, mas detentor de seu próprio título de propriedade.

“Este seria o primeiro passo para a independência dos povos indígenas, lhes dar o direito de ser proprietário de sua terra. Sabemos que há áreas indígenas que precisam ser ampliadas, pois os índios estão confinados. Mas em outras, é preciso políticas públicas de desenvolvimento, que torne aquela terra agricultável, que dê estrutura para que eles cresçam e sustentem suas famílias”, disse.

Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população indígena do país. São 70 mil indígenas, boa parte deles vivendo em acampamentos improvisados em beira de estrada, e outros sobrevivendo em aldeias sem estrutura e com pouquíssima assistência governamental, sobretudo no que diz respeito à segurança alimentar, à saúde e à educação.

“A inércia do governo federal é geral. Nas terras demarcadas e homologadas, não há estrutura, saúde ou educação. Nas áreas em litígio, nada é feito para que os fazendeiros sejam indenizados e os indígenas fiquem com as terras. Com isso, o conflito vai se acirrando cada dia mais e vidas vão se perdendo”, lamentou.

Mara Caseiro concluiu lembrando que os dois lados são vítimas nesse processo.

“Assim como os produtores, os índios estão sendo lesados. Precisam de saúde, de educação, de estrutura, de assistência, e precisam que o governo federal tome vergonha na cara e indenize os produtores para poder devolver suas terras e fazer justiça histórica”, finalizou.
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