Vice presidente da Assembléia acompanha audiência em Brasília

27/02/2007 - 08:12 Por: Flávia Vicuña - assessoria de comunicação do deputado Amarildo Cruz

A pauta da reunião é uma discussão que vem se arrastando a três décadas : impactos ambientais, sociais e econômicos causados aos municípios da costa Leste do estado, em decorrência de obras da CESP (Companhia Energética de São Paulo).  
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A reunião com Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis), em Brasília, está marcada para hoje, às 14:30H. O órgão se comprometeu a intermediar  as negociações com a CESP ( Companhia Energética de São Paulo). Até ontem, haviam confirmado a viagem, doze prefeitos  dos municípios da região de divisa, de Paranaíba a Mundo Novo, além de 4 parlamentares, incluindo o Vice presidente da Assembléia, Deputado Amarildo Cruz (PT).
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 No Distrito Federal, a comissão formada por prefeitos e parlamentares  mais uma vez irá tentar cobrar da CESP (Companhia Energética de São Paulo),  o ressarcimento dos danos pelos alagamentos em decorrência da construção do complexo das usinas hidrelétricas de Ilha Solteira, Engenheiro Souza Dias (Jupiá) e Engenheiro Sérgio Mota (Porto Primavera), localizadas na divisa de Mato Grosso do Sul com São Paulo. 
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O vice presidente da Assembléia Legislativa, deputado Amarildo Cruz (PT), irá acompanhar a comissão de prefeitos durante audiência com  IBAMA. ? Os impactos causados pelos alagamentos das três usinas não foram  mensurados até hoje, e talvez seja realmente difícil ser justo na compensação dessas perdas. Essa briga com a CESP significa mais que cobrar um direito do estado, é também uma questão pessoal. Eu sou nascido em Presidente Epitácio-SP, Bataguassu era o quintal de casa. Na época do Alagamento no Porto XV, eu trabalhava no posto fiscal do XV, nós também fomos removidos. Eu tive a oportunidade de viver esse drama junto com população. Um desastre, a degradação ambiental quase levou a extinção o ecossistema e a biodiversidade local?, relembra o deputado. 
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Amarildo Cruz ainda relata a mudança drástica na vida da população ribeirinha que se viu obrigada a mudar para espaços reduzidos e sem a menor estrutura e planejamento de desenvolvimento econômico. Desde a construção das usinas há 30 anos, os municípios atingidos diretamente, cerca de 16, não param de contabilizar prejuízos. ?As pessoas perderam a referência, o meio de sustentar a família, como recompensa eles ganharam pequenas casas de alvenaria?, isso é inaceitável diz Cruz. Ainda de acordo com o deputado, na época  a incidência de prostituição, alcoolismo e até suicídio aumentou significativamente nas áreas onde novas construções abrigavam as famílias removidas. 
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O Deputado Amarildo Cruz, denuncia principalmente a visível diferença no volume de obras  compensatórias entre os dois estados. Segundo ele, um simples registro fotográfico é suficiente para comprovar a priorização dada ao Estado de São Paulo. Vamos levar essa discussão para o parlamento, queremos saber da CESP qual é a explicação para tamanha diferenciação. Mato Grosso do Sul não pode perder mais do que já perdeu?,  afirma. Além das denúncias contra a Companhia Paulista, Mato Grosso do Sul tem mais trechos com margens baixas, o que gera mais estragos.
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Bataguassu ? o prefeito de Bataguassu, João Carlos, está nessa briga com a CESP desde do início de sua administração. Segundo ele a prefeitura  tem estudos que mostram claramente que os cálculos da Companhia de São Paulo não são reais e precisam de nova avaliação, apesar de isso já ter sido feito outras vezes.  ?Temos documentos, fotos de satélite e  sentimos o impacto na nossa economia, na desestruturação de muitas famílias, na extinção de olarias e de centenas de postos de trabalho. Sem falar nos impactos ambientais erosões, assoreamento do rio, desaparecimento de espécies de aves, mortandade de peixes e outros animais?, explica o prefeito de Bataguassu.
 Segundo o prefeito João Carlos,  a CESP ignora o drama vivido do outro lado do Rio e garante não fazer distinção.? Mas nós sabemos exatamente o que a população perdeu e talvez jamais possa recuperar. Enquanto houver meios de recorrer na justiça, nós continuaremos tentando recuperar tudo que as inundações nos tiraram?, garante o prefeito.

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