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Coordenadora de políticas da igualdade racial defende projeto na tribuna
20/08/2008 - 12:40
Por: Adriana Orrico - Assessoria de Imprensa
Foto: Vanessa Gama
“Precisamos ter coragem para implementarmos as cotas no serviço público, este projeto apresenta-se como uma medida de promoção de igualdade e de oportunidade no mercado de trabalho”, defendeu Amarildo Cruz.
Apoiado pelo movimento negro, a intenção é levantar a discussão acerca da questão racial. “Nós queremos, na verdade, questionar a nação brasileira se as condições do negro no Brasil, cento e vinte anos depois da abolição da escravatura, são muito diferentes das condições em 1888”, declarou o deputado.
A coordenadora estadual de políticas para a promoção de igualdade racial Raimunda Luzia de Brito, presente na sessão, acredita que o sistema de cotas seria apenas um caminho para corrigir as desigualdades. “O branco está há 150 anos no poder e nós não queremos cotas para a vida inteira, apenas defendemos a oportunidade de nos igualarmos na pirâmide social”, enfatizou.
De acordo com pesquisa realizada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgada em maio deste ano, a população de pardos e negros será maioria no Brasil ainda em 2008, quando se comemoram os 120 anos da abolição da escravatura.
O órgão de pesquisa, ligado ao Ministério do Planejamento, constatou que apesar da igualdade numérica, permanece a desigualdade no acesso a bens, a serviços e a direitos fundamentais, como educação e, principalmente, no mercado de trabalho.
A pesquisa “Desigualdades Raciais, Racismo e Políticas Públicas: 120 Anos após a Abolição” mostra que o Brasil levaria no mínimo 32 anos para igualar salários de negros e brancos. O estudo aponta que os negros ganham menos, trabalham mais sem carteira assinada e são a maioria em serviços domésticos, agricultura e construção civil.
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