Movimento negro discute titulação de terras e política de cotas

A demora na regularização dos títulos de terras das comunidades quilombolas é o tema do encontro que reúne, desde ontem, as 16 comunidades do Estado, em Campo Grande. O evento tem apoio do único deputado negro da Assembléia Legislativa Amarildo Cruz (PT) que defendeu os diretos dos remanescentes de quilombos, na sessão desta quinta-feira (11).

“Precisamos cobrar uma ação afetiva por parte do INCRA. Esta é uma luta dos nossos irmão negros”, declarou o parlamentar, que apresentou o projeto de lei que institui a cota mínima de 20% para negros em cargos públicos estaduais, inclusive os comissionados.

Além de representantes das comunidades quilombolas, estiveram na Assembléia Legislativa as lideranças do movimento negro, que após a sessão reuniram-se no plenarinho para discutir a política de cotas, entre outros assuntos.

Na ocasião, eles tiveram a oportunidade de apresentar os argumentos favoráveis ao projeto de lei, de autoria de Amarildo Cruz, para o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, deputado Marquinhos Trad, que até então manteve parecer contrário à matéria.

Encontro das Comunidades Quilombolas

O evento é organizado pelo Conselho Estadual dos Direitos e Defesa do Negro de MS, presidido por Antônio Borges dos Santos.

Segundo ele, o grupo esteve reunido ontem com a superintendente substituta do INCRA/MS (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) Sandra Baptista, na sede da instituição. “Foi nos prometido total apoio para que não falte estrutura a equipe quilombola do Incra para desenvolver os trabalhos de regularização fundiária”, esclareceu.

A programação inclui também reuniões sobre cultura e educação. Amanhã está prevista uma visita as comunidades quilombolas de Campo Grande. Participam do encontro as comunidades de 12 municípios, são eles: Aquidauana, Figueirão, Jaraguari, Corguinho, Rio Negro, Sonora, Dourados, Maracaju, Nioaque, Rio Brilhante e Terenos.