Projeto de lei permite ritual de pajés nos hospitais do Estado

Projeto de lei apresentado nesta terça-feira (25/10) assegura aos líderes espirituais como pajés e benzedeiras o direito de realizar os rituais nos hospitais de Mato Grosso do Sul durante o período de tratamento de saúde dos índios.

De acordo com a proposta do deputado Pedro Kemp (PT), a direção hospitalar será a responsável por orientar e organizar a visita das lideranças das mais diversas etnias ao ambiente hospitalar.

O atendimento hospitalar encontra resistência de vários índios por conta da diferença cultural. “Os povos indígenas, em sua diversidade, desenvolveram sua religiosidade tendo seus ritos e cerimônias e o que pretende este projeto de lei é garantir o mesmo direito dado aos não índios, ou seja, o acesso de líderes religiosos das diversas religiões e cultos, quando o paciente ou sua família escolher”, justifica o deputado.

Ex-diretora-geral do Hospital Universitário de Dourados (2003-2008), a vice-prefeita Dinaci Ranzi defendeu a aprovação do projeto. Na gestão dela no HU, várias medidas foram tomadas para combater a mortalidade indígena, entre elas a permissão para a realização do ritual de pajés e benzedeiras.

“Antes, os pais não aceitavam o tratamento e levavam as crianças embora. Precisávamos pensar pelos povos indígenas de forma diferenciada”, contou Dinaci.

Ela elogiou a proposta de Kemp. "O projeto vai consolidar e ampliar para outras cidades a experiência de permitir a assistência religiosa dos líderes espirituais indígenas no ambiente hospitalar", disse.