Deputados repudiam preconceito contra índios pelo Facebook

Imagem: Pedro Kemp e Laerte Tetila contestaram ataque feito por estudante contra o Brô MC's.
Pedro Kemp e Laerte Tetila contestaram ataque feito por estudante contra o Brô MC's.
17/04/2012 - 11:59 Por: Paulo Fernandes    Foto: Giuliano Lopes

Os deputados Pedro Kemp e Laerte Tetila, respectivamente líder e vice-líder do PT, repudiaram a declaração preconceituosa da estudante douradense Lizzi Donizette que chamou o grupo Brô MC’s de “índios fedorentos” por meio da mídia social Facebook. A crítica veio após a apresentação dos indígenas no programa TV Xuxa, da Rede Globo, no último sábado (14/4).

Formado por quatro jovens da aldeia Jaguapiru Bororó, em Dourados, o Brô MC's é o primeiro grupo indígena de rap do Brasil. As músicas deles, em português e guarani, falam da paz, do cotidiano dos índios, do preconceito e da falta de visibilidade na sociedade.

Pedro Kemp avaliou o fato como grave e lamentável. “Essa pessoa (Lizzi Donizette) ainda não aprendeu a conviver e respeitar a pessoa que tem características diferentes e que tem muito a nos ensinar”, disse. “Ela tem que ler a Constituição Brasileira que diz em seu artigo 5º que todos são iguais perante a lei”.

Na opinião de Kemp, a declaração é perigosa porque incita a violência. “Nós temos que pregar a convivência pacífica”, afirmou. O MPF (Ministério Público Federal) apura o crime e poderá instaurar um inquérito e posterior processo penal.

A pena prevista para o crime de racismo é de um a três anos de reclusão. Quando o crime é cometido por intermédio dos meios de comunicação social, ela passa a ser de dois a cinco anos de prisão e multa.

Presidente da Comissão de Trabalho, Cidadania e Direitos Humanos, o deputado estadual Laerte Tetila também afirmou que as pessoas têm que aprender a conviver com as diferenças. “Quando a humanidade vai entender que o diferente não diminui?”, questionou.

“Essa estudante (Lizzi Donizette) desde pequena deveria aprender que ninguém é superior a ninguém”, acrescentou.

Diante da repercussão e da apuração do MPF, a estudante fez uma nova postagem no Facebook para se retratar. Ela afirma “reconhecer que os comentários foram de mau gosto”, mas diz que jamais foi preconceituosa e que respeita a cultura indígena. “Assumo as consequências e vou responder por elas”, pontuou.
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