Audiência discute situação dos catadores de lixo da Capital

Imagem: Debate reuniu representantes dos catadores, do Ministério Público, do Legislativo e da Administração Municipal de Campo Grande.
Debate reuniu representantes dos catadores, do Ministério Público, do Legislativo e da Administração Municipal de Campo Grande.
02/07/2012 - 14:58 Por: Talitha Moya    Foto: Roberto Higa

Representantes dos catadores de lixo, do Ministério Público, do Legislativo Estadual e da prefeitura de Campo Grande promoveram nesta segunda-feira (2/7) uma audiência pública para discutir os direitos dos catadores de materiais recicláveis e o processo de coleta seletiva na Capital. O debate aconteceu na Assembleia Legislativa por proposição do deputado Cabo Almi (PT).

No evento, lideranças dos trabalhadores destacaram as dificuldades da categoria e reivindicaram a inclusão e o reconhecimento dos serviços prestados ao meio ambiente por eles. “O problema é mais do que o tratamento do lixo, é uma questão social. É necessário incluir o catador no processo de implantação da Política de Resíduos Sólidos e tirá-lo da condição de pobreza e miséria”, afirmou Carlos Alencastro Cavalcanti, do MNCR (Movimento Nacional dos Catadores de Lixo). Segundo Alencastro, o Poder Público deveria priorizar a questão e se atentar aos problemas sociais no qual os catadores de lixo estão inseridos.

Para Gilda Macedo, da Cooperativa dos Trabalhadores de Materiais Reciclados dos Aterros Sanitários de Mato Grosso do Sul, Campo Grande conta hoje com 2 mil trabalhadores que atuam nas ruas e lixões. “Muitos catadores já passaram décadas no lixão e sustentaram suas famílias por meio dele”, afirmou. Gilda lembrou ainda da insegurança nos aterros sanitários que causaram tragédias na vida de muitas famílias como o caso do menino Maikon Corrêa de Andrade, 9 anos, que morreu soterrado no lixão em dezembro do ano passado.

“A história ao longo dos anos vem sendo de luta por dias melhores”, disse a catadora, que pediu sensibilidade para a causa e a participação ativa dos catadores na cadeia produtiva dos resíduos sólidos.

O secretário Municipal do Meio Ambiente de Campo Grande, Marcos Cristaldo, ressaltou as ações e planos para a implantação da Política de Resíduos Sólidos no município. Entre eles, a futura UPL (Usina de Processamento de Lixo). De acordo com Cristaldo, a construção vai proporcionar melhores condições de trabalho, tirando os catadores de situções insalubres para um local de condições sanitárias, ambientais e sociais adequadas.
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