Guerra: Brasil registra por ano 420 mil acidentes com vítimas

Imagem: Maria Cristina Hoffmann destaca que o número de mortes no trânsito é como de guerra.
Maria Cristina Hoffmann destaca que o número de mortes no trânsito é como de guerra.
18/09/2012 - 11:18 Por: Heloíse Gimenes    Foto: Giuliano Lopes

Os dados da violência no trânsito são assustadores e se igualam aos números de mortes em uma guerra. Dois milhões de pessoas morrem por ano no mundo vítimas de acidentes de trânsito. No Brasil, 115 pessoas morrem no trânsito todos os dias. De acordo com a coordenadora geral de qualificação do fator humano no trânsito do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), Maria Cristina Hoffmann, os principais fatores que influenciam no crescimento destes índices são a relação comportamento e segurança dos usuários e o excesso de velocidade.

Segundo Maria Cristina, anualmente mais de 49 mil pessoas são atropeladas no País, 4 mil passageiros morrem e mais de meio milhão de pessoas ficam feridas. “São mais de 40 mil vítimas fatais por ano, sendo que 80% dos óbitos são homens. São registrados cerca de 420 mil acidentes com vítimas. De fato, esses números são assustadores. O número de mortes no trânsito é como de guerra”, afirmou.

Os custos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito no Brasil também revelam um cenário preocupante. Em 2010, o gasto total contabilizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) com as internações por acidentes de trânsito foi de R$ 187 milhões, já o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) contabilizou R$ 8 bilhões em despesas.

Para reduzir os índices, o Denatran realiza várias ações e campanhas educativas. Conforme Maria Cristina, mudanças na legislação também estão sendo discutidas. “A resolução que rege a formação do condutor é de 2004, portanto, necessita passar por uma modernização”, disse.

Uma das principais mudanças pontuada pela coordenadora do Denatran é tornar obrigatório o uso de simuladores de direção para obter a CNH (Carteira Nacional de Habilitação). O objetivo é que o futuro motorista tenha aulas práticas numa espécie de videogame, antes de enfrentar o treinamento prático nas ruas.

Nesse equipamento, que reproduz com fidelidade as características de um carro convencional, o aluno poderá vivenciar situações de risco como dirigir à noite, com chuva, com neblina, em ruas esburacadas, pistas molhadas, derrapagens e até blitz da Lei Seca.
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