Lideranças indígenas dizem que não estão se armando

Imagem: Alberto França Dias diz que os índios da reserva indígena Buriti não estão adquirindo armamento pesado do Paraguai.
Alberto França Dias diz que os índios da reserva indígena Buriti não estão adquirindo armamento pesado do Paraguai.
21/11/2012 - 12:29 Por: Paulo Fernandes    Foto: Giuliano Lopes

Os líderes Alberto França Dias e Percedino Rodrigues, da reserva indígena Buriti, afirmaram nesta quarta-feira (21/11), na Assembleia Legislativa, que não estão se armando para um conflito armado contra os proprietários rurais. A Terra Buriti tem 2.090 ha e fica entre os municípios de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti. Eles reivindicam uma área de 15.100 ha.

Alberto convidou os deputados estaduais para visitarem a aldeia e conhecerem de perto a realidade dos indígenas. “Nós estamos de braços abertos para receber vocês para ver o que é a Terra Buriti”, disse.

Percedino, que é vereador pelo PT, declarou também que os índios não estão sendo incitados pela Funai (Fundação Nacional do Índio) e nem pela Igreja Católica a invadir terras.

“É nossa luta. É uma luta sagrada e não vamos parar. Fomos incentivados pelos nossos anciões. Eles que nos orientaram. Falavam onde fazíamos caça, dança e onde tiravam mel”.

“Todas as autoridades são constituídas por Deus. Peço a Deus que ilumine a consciência de cada um de vocês, representantes de cada sul-mato-grossense, independente de raça, cor ou tribo”, concluiu.

Na semana passada, o presidente da Associação Estadual dos Direitos Indígenas de Mato Grosso do Sul, o terena Danilo de Oliveira afirmou que indígenas estariam comprando armamento pesado no Paraguai para se preparar para o embate.

Zé Teixeira – Presidente da Comissão de Desenvolvimento Agrário e Assuntos Indígenas da Assemblleia Legislativa, o deputado Zé Teixeira (DEM) lembrou nesta quarta-feira (21/11) que o TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região de São Paulo já determinou a saída dos índios daquela área.

Ele também defendeu o direito dos proprietários rurais de receber indenização justa por terras que eventualmente sejam demarcadas como áreas tradicionais indígenas. “Os proprietários rurais vivem do seu suor, como qualquer outro brasileiro”, informou.
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