Comissão de Meio Ambiente discute sobre mosca de estábulo

Imagem: Reunião da comissão juntamente com o Grupo de Trabalho criado para aprimorar projeto ocorreu no plenarinho.
Reunião da comissão juntamente com o Grupo de Trabalho criado para aprimorar projeto ocorreu no plenarinho.
08/05/2013 - 16:33 Por: Marcelo Pereira    Foto: Roberto Higa

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul se reuniu hoje (8/5) com membros do Grupo de Trabalho composto para aprimorar o Projeto de Lei 07/2013, que dispõe sobre o armazenamento, distribuição e aplicação da vinhaça gerada pelas atividades sucroalcooleiras.

A proposta apresentada pelos deputados Laerte Tetila (PT), Marcio Monteiro (PSDB) e Felipe Orro (PDT) pretende disciplinar o uso da vinhaça no Mato Grosso do Sul com o objetivo de combater a mosca do estábulo, que se alimenta do sangue de animais como cavalos e o gado de corte e leiteiro. O encontro de hoje teve palestra com o pesquisador Paulo Henrique Cançado, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Gado de Corte, que falou sobre a mosca do estábulo, formas de prevenção e controle, além de apontar algumas soluções impedir a infestação do inseto que ocorre principalmente em regiões próximas às usinas de álcool e açúcar.

Paulo Henrique Cançado explicou que a mosca do estábulo é mais abundante em áreas de confinamento de animais. O inseto ataca principalmente com picadas doloridas principalmente as pernas dianteiras do gado e causa irritação, causando prejuízos ao produtor rural devido à redução do peso do animal e diminuição da produção de leite.

O pesquisador destacou que o ambiente ideal para a mosca do estábulo depositar os ovos são os locais com matéria orgânica em processo de fermentação e vegetais, como o solo de áreas com palha e a vinhaça, um substrato orgânico resultante do processo industrial de processamento da matéria prima que serve de fertilizante para o plantio de cana.

Cançado explicou que 90% do sucesso no controle da mosca do estábulo está na aplicação mínima da vinhaça nas plantações de cana com distribuição correta, incorporação da palha ao solo e a remoção da palha para geração de energia. Os produtores rurais devem manter a limpeza de currais e estábulos, recolhendo fezes, restos de ração e suplementos, ter um terreno drenado e um manejo de pastagem adequado.

Na opinião do deputado Laerte Tetila, a palestra foi importante para contribuir com o Projeto de Lei. “Conhecendo a parte técnica, as condições para a proliferação da mosca do estábulo e as alternativas para contornas os problemas nas regiões próximas às usinas de álcool e açúcar podemos analisar as melhores propostas para incorporar à nova Legislação, com oportunidades viáveis tanto para o setor produtor de leite e carne quanto para os produtores das usinas de cana”, destaca.

A reunião na Assembleia Legislativa contou com a presença de representantes do Ministério Público Federal, da Comissão de Meio Ambiente da seccional de Mato Grosso do Sul da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul), Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), da Embrapa e produtores rurais.
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