ONG discute sustentabilidade e futuro das terras demarcadas

Imagem: Debate promovido pela ONG Açúcar-Ético aconteceu no plenarinho da ALMS.
Debate promovido pela ONG Açúcar-Ético aconteceu no plenarinho da ALMS.
12/08/2013 - 20:03 Por: João Humberto e Talitha Moya    Foto: Roberto Higa

Um debate promovido nesta segunda-feira (12/8), no plenarinho Nelito Câmara, pela ONG internacional Açúcar-Ético reuniu produtores, indígenas e empresários do setor sucroenergético. O assunto foi desenvolvimento sustentável e o futuro das terras demarcadas.

Presidente da organização não governamental, Olivier Geneviève disse que quando as terras demarcadas forem devolvidas aos índios, haverá todo um ciclo a ser seguido para que haja a pacificação no campo, já que essas comunidades indígenas tomarão posse legalmente após o pagamento justo dessas propriedades aos fazendeiros.

Conforme Olivier, o objetivo do evento foi justamente bater na tecla da sustentabilidade para que essas comunidades possam, no futuro, viver nessas terras sem criar novos problemas, caso não consigam sustentabilizar suas terras. “Outro enfoque importante é conseguir manter a cultura indígena, já que os índios têm suas particularidades”,

Na opinião de Olivier, a sociedade precisa debater como será o processo para sustentabilizar essas terras com a participação dos índios. Para o presidente da ONG, é certo que os indígenas precisarão de qualificação e para isso a cultura indígena tem de se adaptar ao século 21. “Além do repasse das terras, precisamos verificar como será feito esse diagnóstico junto à classe política, aos usineiros e à sociedade de uma forma geral, de maneira que essas terras sejam sustentáveis”, avalia.

Proponente do debate, o deputado Laerte Tetila (PT) enfatizou que a questão principal é conscientizar a sociedade sobre os investimentos na infraestrutura das áreas repassadas às comunidades indígenas. “A questão não passa apenas pela terra, mas sim por todo o rearranjo das cadeias produtivas dentro das aldeias. Isso chama a atenção do governo federal para que as políticas que existem para todos os setores se voltem ao apoio das comunidades indígenas, sem abrir mão da sustentabilidade, que passa pelos setores econômico, ambiental e principalmente pelo social”.

A ONG Açúcar-Ético reúne os sindicatos, os produtores e as indústrias açucareiras e a sociedade civil numa dinâmica de desenvolvimento sustentável. O objetivo do grupo é melhorar as condições sociais e ambientais no setor da cana, do açúcar e do biocombustível, estabelecendo cooperação sustentável dentro de uma economia globalizada. A organização, que atua em diversos países do mundo e tem sedes na França, Suíça e Inglaterra, defende que a boa gestão de empresas da cadeia da cana deve incluir a preocupação e soluções para os impactos sociais e ambientais, tanto internos à empresa como para a comunidade.

O encontro proposto pelo deputado estadual Laerte Tetila reuniu membros do Ministério Público Federal, da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do MS), indígenas e sociedade civil organizada.
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