Depoentes defendem mais recursos à saúde em oitiva da CPI

Imagem: Oitiva da CPI foi realizada nesta tarde no plenarinho Nelito Câmara.
Oitiva da CPI foi realizada nesta tarde no plenarinho Nelito Câmara.
23/09/2013 - 18:07 Por: Alessandro Perin    Foto: Roberto Higa

O presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde de Mato Grosso do Sul, Frederico Marcondes Neto, acredita que os investimentos na saúde melhoraram nos últimos anos, mas destacou que a União e o Governo do Estado precisam investir ainda mais no setor. As declarações foram dadas nesta segunda-feira (23/9) durante oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa.

Segundo ele, as cidades assumem a maioria das despesas da saúde. “Cada Posto de Saúde da Família custa em média R$ 40 mil mensais. A União repassa R$ 6 mil e o Governo do Estado mais R$ 3 mil. O restante é de responsabilidade do gestor municipal. O SUS [Sistema Único de Saúde] não tem o financiamento que merece. Hoje precisamos discutir políticas que possam melhorá-lo”, esclareceu.

Segundo Frederico Marcondes Neto, o Governo do Estado precisa com urgência pensar nas políticas para as microrregiões. “Temos que fortalecer a regionalização e fazê-la funcionar, pois só assim vamos amenizar os problemas da saúde nas localidades do interior do Estado. É necessário criar mais polos estruturados. Municípios grandes que atendem vários pacientes recebem menos recursos que regiões menores”, falou.

Por fim, Marcondes esclareceu aos deputados que a terceirização de serviços de saúde no interior do Estado é necessária. “Em algumas cidades é praticamente impossível ter um neurologista. Às vezes demora demais conseguir uma transferência para Campo Grande, o que é arriscado para a saúde do paciente, e então o mais viável é a licitação do serviço”, finalizou, dizendo que hoje a maioria dos médicos trabalha por contrato e muitos deles se negam a participar de concurso público alegando que a remuneração é baixa.

Mais hospitais regionais - Os parlamentares também ouviram o prefeito de Naviraí, Leandro Peres de Matos (PV), o qual destacou que o Governo do Estado precisa com urgência criar hospitais regionais nas cidades polos. “A criação dessas unidades, a contratação de mais médicos, parcerias com os municípios e a destinação de mais recursos vão resolver praticamente boa parte dos problemas da saúde em Mato Grosso do Sul”, adiantou.

Matos também reclamou aos parlamentares que Naviraí vem recebendo repasses inferiores a outros municípios com menor índice populacional. “Do início do ano até agora a União destinou R$ 7 milhões, 625 mil. O Estado, R$ 1 milhão, 680 mil. Já o município investe em média 21% da sua receita mensalmente na saúde. Hoje resolvemos cerca de 80% dos atendimentos, o restante mandamos para Campo Grande”, disse.

Para finalizar, o prefeito de Naviraí disse que atualmente a saúde é um dos maiores gastos da prefeitura. “São mais de 500 profissionais. A folha da saúde é a mais alta. Entendo que médico precisa ganhar bem, pois afinal de contas, trabalha com vidas. Hoje, em Naviraí, praticamente todos os médicos cumprem a carga horária nos Postos de Saúde da Família”, concluiu.

A oitiva da CPI foi realizada nesta tarde no plenarinho Nelito Câmara e contou com a participação dos deputados Amarildo Cruz (PT), presidente; Lauro Davi (PSB), vice-presidente e Onevan de Matos (PSDB), membro.
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