CPI da Saúde da Assembleia visita Santa Casa da Capital

Imagem: Deputados Amarildo Cruz e Junior Mochi durante visita à Santa Casa.
Deputados Amarildo Cruz e Junior Mochi durante visita à Santa Casa.
09/10/2013 - 21:00 Por: Alessandro Perin    Foto: Gleice Carpi

Os deputados estaduais Amarildo Cruz (PT) e Junior Mochi (PMDB), respectivamente presidente e relator da CPI da Saúde, estiveram na tarde de hoje na Santa Casa de Campo Grande, durante diligência da comissão, que apura possíveis irregularidades nos repasses do SUS (Sistema Único de Saúde) para 11 municípios de Mato Grosso do Sul. Na ocasião, os parlamentares tiveram a possibilidade de conhecer toda a estrutura da unidade hospitalar, obter informações sobre número de leitos, atendimentos, entre outros assuntos.

O presidente da Santa Casa, Wilson Teslenco, acompanhou a diligência e fez questão de mostrar o local, além de fornecer todas as informações solicitadas pelos parlamentares. O diretor ressaltou que a unidade tem 680 leitos e trabalha diariamente com quase sua total capacidade de ocupação. “Todos os dias trabalhamos com 85% de lotação, mas em alguns casos passamos dos 100%. Os pacientes não ficam mais nos corredores como acontecia antigamente. Não permitimos mais isso e hoje damos um jeito de colocar todos os pacientes que buscam atendimento nos leitos”, comentou.

Segundo Teslenco, a unidade é referência no atendimento da ortopedia, neurologia, cirurgia cardíaca infantil e queimaduras. Além disso, ele ressaltou que a Santa Casa recebe por mês entre R$ 13,5 a R$ 14,2 milhões, recursos provenientes da União, do Governo do Estado e do município de Campo Grande, mas que os valores ainda são insuficientes. “Fechamos todo mês com um déficit de aproximadamente R$ 4 milhões. A dívida da Santa Casa já está chegando a R$ 180 milhões”, esclareceu.

O presidente ainda destacou aos parlamentares que os principais problemas enfrentados pela atual gestão estão relacionados à degradação do prédio e o alto custo para manutenção de contratos de terceirização de equipamentos. “O prédio tem mais de 30 anos e nunca passou por uma grande reforma. Estamos assinando um convênio com o Ministério da Saúde no valor de R$ 11 milhões para reformar vários setores da unidade”, frisou.

Aos deputados, o presidente da Santa Casa ressaltou que a maioria dos pacientes é vítima de traumas. “O setor de ortopedia representa 60% do atendimento. São muitos pacientes que sofreram acidentes de trânsito, principalmente os motociclistas. Essa grande demanda será resolvida com a inauguração da unidade do trauma, que poderá abrigar mais 113 leitos”.

Logo após a declaração, os deputados foram conhecer a obra da unidade de trauma que está paralisada. Wilson Teslenco relatou que a construção do local iniciou há 10 anos e até hoje não foi concluída. “Já foi gasto aqui uma quantidade exorbitante de recursos públicos e a sociedade até agora não foi beneficiada. A obra foi suspensa novamente porque havia problemas na planilha elaborada pela antiga gestão. Agora retomamos as conversas com o Ministério da Saúde e nos próximos dias vamos apresentar um relatório que mostrará o que precisa ser feito para concluir a obra. Acredita que ela será retomada dentro em breve”, finalizou.

Para o deputado estadual Amarildo Cruz, a visita foi positiva porque foi possível verificar in loco a estrutura do hospital e o atendimento oferecido à população. “Foi possível perceber que a atual gestão se esforça ao máximo para oferecer o melhor atendimento aos pacientes. Sabemos que ainda tem muito para melhorar, mas percebemos essa vontade na atual administração. Em relação à unidade de trauma, vamos cobrar a abertura desse espaço que vai possibilitar um espaço a mais para os pacientes da ortopedia”, disse.

Segundo o deputado estadual Junior Mochi, a Santa Casa precisa com urgência da abertura da unidade de trauma. “É preciso desafogar o hospital e isso vai acontecer com a inauguração desse novo espaço. A CPI vai se empenhar para cobrar a retomada das obras daquele local”, pontuou.
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