Gisa foi contratado, pois outros softwares não se comunicavam

Imagem: Depoimento de Mandetta foi realizado no plenário Júlio Maia.
Depoimento de Mandetta foi realizado no plenário Júlio Maia.
21/10/2013 - 18:21 Por: Alessandro Perin    Foto: Roberto Higa

O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) foi ouvido na tarde desta segunda-feira (21/10) e garantiu que o sistema de Gisa (Gerenciamento de Informações em Saúde) foi adquirido porque os cerca de 320 softwares oferecidos pelo Ministério da Saúde não se comunicavam, o que, segundo ele, prejudicava o atendimento aos pacientes. O Gisa foi adquirido pela prefeitura de Campo Grande do Consórcio Telemídia e Technology International em 2008, por quase R$ 10 milhões, por meio de recursos próprios e também provenientes do Governo Federal.

Segundo Mandetta, que na época da contratação do Gisa respondia pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o sistema usado anteriormente era inadequado e por isso a necessidade de se contratar um novo software. “Os dados cadastrais não se comunicavam, o que prejudicava o atendimento às pessoas. Os softwares oferecidos pelo Governo Federal também tinham essa limitação”, declarou.

De acordo com o deputado federal, em 2008 a União decidiu implantar a rede nacional de saúde e Campo Grande foi uma das cidades escolhidas. “Tínhamos uma rede muito boa e o Ministério da Saúde decidiu que Campo Grande seria um dos municípios pioneiros na implantação desse projeto, que poderia posteriormente ser expandido para outras cidades do Brasil. Os recursos foram liberados pelo departamento de Regulação, Auditoria e Controle do Ministério da Saúde”, destacou.

O deputado estadual Lauro Davi (PROS), vice-presidente da CPI da Saúde, questionou Mandetta sobre o Código Fonte, que até hoje não foi fornecido pelo Consórcio Telemídia à prefeitura da Capital. “Participei da contratação do Gisa e três ou quatro meses depois deixei a Sesau. A grande celeuma é que o contrato fala em disponibilizar, mas não esclarece que o Código Fonte deveria ser entregue ou se o termo significa que o Código Fonte ficaria disponível em uma empresa que o fornecesse no caso de uma necessidade. Fiquei sabendo que a Alerte ingressou no Consórcio com a Telemídia”, frisou.

Porém, os deputados rebateram Mandetta dizendo que o contrato previa a entrega do Código Fonte para possíveis alterações. Sobre denúncias de que o deputado federal viajou para Portugal com representantes da Telemídia, o ex-secretário garante que ficou dois dias para conhecer a estrutura da empresa. Já em relação às reclamações de que o sistema não funciona porque seria lento demais, Mandetta disse que o mais correto seria contratar uma auditoria para verificar o que realmente está acontecendo.

Para o deputado estadual Amarildo Cruz (PT), presidente da CPI, ficou claro que a empresa Alerte ingressou no contrato entre a Telemídia e a prefeitura de Campo Grande, e acabou prejudicando a entrega do Código Fonte. “Está expresso no contrato que a Alerte não iria entregar o Código Fonte, ou seja, a prefeitura aceitou o ingresso dessa empresa mesmo sabendo que o Código Fonte não seria entregue, e o pior, pagou a maioria dos serviços mesmo sem o software funcionar”, alertou.
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