Policiais federais pedem melhores condições de trabalho

Com o objetivo de garantir melhores condições de trabalho para os policiais federais, a Assembleia Legislativa realizou há pouco, no plenário Deputado Júlio Maia, a audiência pública “Reestruturação Salarial e da Carreira dos Agentes, Escrivães e Papiloscopistas da Polícia Federal”.

A audiência foi proposta pelo deputado Amarildo Cruz (PT), atendendo pedido da Federação Nacional dos Policiais Federais. “Eles estão fazendo mobilização em todo o Brasil. É importante discutir não só o salário, mas a carreira”, explicou o parlamentar. “Tenho a satisfação de poder ajudar para reverter essa situação”, acrescentou.

A discussão está sendo feita em todo o país. Dezoito estados já realizaram audiências públicas para debater o assunto. Presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Flávio Werneck Meneguelli explicou que as duas principais reivindicações da categoria são a definição da atribuição da Polícia Federal por meio de um projeto de lei e a reposição inflacionária. “Há oito anos não temos reajuste”, disse. A inflação acumulada no período foi de 36% (conforme o IGPM) a 47% (IPCA).

Presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Mato Grosso do Sul, Jorge Caldas afirmou que a instituição em Mato Grosso do Sul está em uma situação muito precária e que os policiais estão sob forte estresse. Nos últimos dois anos, 12 policiais federais cometeram suicídio.

“As delegacias de Corumbá, Ponta Porã e Naviraí estão sucateadas. As viaturas não têm condições de rodar. Não temos estrutura para repreender o tráfico de drogas, armas e pessoas”, disse. “A segurança pública no país precisa ser reformulada”.

Jorge Caldas não descarta novas paralisações. “Esperamos que o governo federal valorize os servidores da Polícia Federal. Não temos o mesmo tratamento de outras carreiras de nível superior”, declarou.

A PF é responsável por cuidar de 850 km de fronteira. Em Mato Grosso do Sul, a instituição conta com cerca de 650 homens.