Produtor rural alerta para impactos do excesso de vinhaça nos solos

Imagem: Conforme Milton, é preciso que sejam estabelecidas com urgência regras para a distribuição da vinhaça.
Conforme Milton, é preciso que sejam estabelecidas com urgência regras para a distribuição da vinhaça.
05/08/2014 - 11:28 Por: Talitha Moya    Foto: Giuliano Lopes

Na sessão plenária desta terça-feira (5/8), o produtor rural Milton Barbosa Bueno pediu apoio dos parlamentares para aprovação do projeto que disciplina a distribuição de vinhaça no Mato Grosso do Sul. Membro do Sindicato Rural de Nova Alvorada do Sul, Milton afirmou que a alta concentração do subproduto nos solos tem proliferado a mosca do estábulo e dissipado a produção de gado e de leite.

O projeto de Lei, de autoria dos deputados Marcio Monteiro (PSDB), Laerte Tetila(PT) e Felipe Orro (PDT) tramita no legislativo e dispõe sobre a destinação da vinhaça no Estado. Segundo Milton, usinas de álcool têm desrespeitado o limite de distribuição do subproduto da cana nos solos. “Estudos afirmam que o ideal seria distribuir a vinhaça em 60% da área plantada, mas em Nova Alvorada do Sul a distribuição é feita em apenas 15%, ou seja, estão jogando em excesso”, ressaltou o produtor.

Sem parâmetros de distribuição, as consequências, afirma Milton, são críticas. O alto volume de vinhaça no solo tem ajudado na proliferação da mosca do estábulo, ou mosca da vinhaça, o que tem causado prejuízo na produção do gado e em lavouras. “A situação é grave e tem afetado produtores não só de Nova Alvorada, mas também de Costa Rica, Dourados, Rio Brilhante e Maracaju”, conta Milton, que já perdeu dezenas de cabeças de gado em consequência de ataques do inseto.

“É preciso que estabeleçam urgente regras para a distribuição da vinhaça, pois há muitos produtores infelizes ao redor das usinas e são pessoas que desejam continuar vivendo do campo”, finalizou.
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