MP conclui revisão e CPI deve assinar TAC da telefonia em setembro

Imagem: Informação foi dada na sessão de hoje pelo deputado Marquinhos Trad, presidente da CPI da Telefonia.
Informação foi dada na sessão de hoje pelo deputado Marquinhos Trad, presidente da CPI da Telefonia.
19/08/2014 - 12:18 Por: Lidiane Kober    Foto: Giuliano Lopes

Para melhorar o serviço de telefonia em Mato Grosso do Sul, representantes do MPF (Ministério Público Federal), MPE (Ministério Público Estadual), Defensoria Pública e do Procon (Superintendência de Defesa dos Direitos do Consumidor) devem concluir até o dia 28 revisão da minuta do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), apresentada pelas operadoras, e o plano da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) é fechar o acordo na primeira semana de setembro.

“Foram necessárias algumas mudanças no TAC para garantir as melhorias necessárias para acabar com o cai, cai das ligações, melhorar o sinal e diminuir queixas de cobranças indevidas e, na primeira semana de setembro, após revisão dos órgãos competentes, deveremos assinar o documento”, anunciou, nesta terça-feira (19/8), o presidente da CPI, deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB).

Por meio do Sindtelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal), as operadoras de telefonia encaminharam à CPI minuta de TAC com multas irrisórias e sem plano concreto para acabar com o “cai, cai” das ligações em Mato Grosso do Sul.

Das oito cláusulas propostas, apenas em três há penalidades em caso de não cumprimento. A multa diária é de R$ 1 mil e limitada ao teto de 50 dias. “São valores irrisórios, ainda mais levando em conta a arrecadação milionária das empresas de telefonia”, avaliou Marquinhos.

Além disso, conforme análise do parlamentar, a minuta do TAC não apresenta um plano concreto e detalhado para melhorar a qualidade do serviço, principal queixa dos consumidores. “Condicionam a solução dos problemas a atitudes da Assembleia e a mudanças na legislação, mas não falam o que vão fazer de concreto”, frisou o deputado.

Conforme se comprometeu em reunião com as operadoras, a CPI fez sua parte e apresentou projeto para mudar as regras e agilizar a instalação de antenas no Estado. As empresas atribuíam a falta de sinal a normas rígidas e burocráticas demais. Por isso, surgiu a proposta, que está na CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação) e será apreciada em regime de urgência pela Assembleia Legislativa.

Também na sessão de hoje, o deputado estadual Lauro Davi (Pros) manifestou preocupação com os efeitos da irradiação das antenas e alertou para os cuidados para não liberar demais. Em resposta, Marquinhos ressaltou que a nova lei teve o mesmo cuidado, por isso, condicionou a instalação em pontos próximos a áreas ambientais e de grande circulação de pessoas a parecer de órgãos competentes.

“Antes proibia tudo, agora, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano e o Instituto Municipal de Planejamento Urbano vão estudar os pedidos de licença e decidir”, explicou o presidente da CPI.

Só em Campo Grande, segundo ele, as novas regras devem dobrar o número de antenas. “Hoje, temos cerca de 400 na cidade, mas, diante do compromisso das operadoras de ampliá-las e associadas às novas regras, até o final, do ano deveremos dobrar a quantia de antenas”, calculou Marquinhos.

Com situação ainda mais precária quando o assunto é sinal de celular, assentamentos, distritos e aldeias indígenas também serão beneficiados com a aprovação do projeto. Neste quesito, a CPI se inspirou no programa Comunica Campo, desenvolvido no Espírito Santo, e sugeriu dispositivo que possibilite ao governo do Estado conceder benefícios fiscais para as operadoras instalarem antenas na zona rural.
Permitida a reprodução do texto, desde que contenha a assinatura Agência ALEMS.
Crédito obrigatório para as fotografias, no formato Nome do fotógrafo/ALEMS.