Psicológos reforçam debate sobre redução da jornada de trabalho

No sentido de fortalecer as discussões sobre a redução da jornada de trabalho dos profissionais da psicologia de Mato Grosso do Sul, a Assembleia Legislativa realizou nesta sexta-feira (8/5), a audiência pública "A Psicologia e o Mundo do Trabalho". O debate reuniu representantes da categoria que elencaram propostas de melhoria da qualidade de vida do psicólogo.

A audiência teve como propósito avançar nas discussões em torno do projeto de lei 50/2015, de autoria do deputado Pedro Kemp (PT), que fixa a jornada de trabalho em 30 horas semanais. O pleito é antigo e visa, segundo o autor, garantir qualidade dos serviços prestados pelo psicólogo, além de dar melhores condições trabalhistas aos profissionais. “Iremos anexar cartas de apoio dos representantes do Conselho e Sindicato da categoria para dar maior força ao projeto que já está em trâmite na Casa de Leis”, afirmou Kemp.

De acordo com Fernanda Sans Magano, presidente da Fenapsi (Federação Nacional dos Psicólogos), a regulamentação da jornada vai impactar no atendimento à população. “A redução para 30 horas semanais propicia condições para o psicólogo atender melhor até porque esse profissional deve estar descansado mentalmente e fisicamente capaz para atender da melhor forma”, ressaltou. "Não se trata apenas de uma questão corporativa ou de mérito classista, mas de uma reivindicação que vai trazer melhorias para todos”, acrescentou.

A conselheira presidente do CRP-14/MS (Conselho Regional de Psicologia – 14ª Região/Mato Grosso do Sul), Norma Celiane Cosmo, lembrou que a jornada extensa de trabalho afeta diretamente na qualidade do atendimento. “O psicólogo tem que lidar com a morte, com o luto, a depressão e suicídios. A precarização do trabalho acaba por dificultar que ele subtraia todas essas emoções e tudo isso pode adoecê-lo”, esclareceu.

A intenção, citou a conselheira, é que, com a redução da jornada, a produção melhore, como ocorreu com outras categorias. Uma pesquisa do Conselho Federal de Psicologia mostrou que 40% dos trabalhadores da saúde já cumprem atualmente menos de 30 horas semanais.