Debate na ALMS reforça campanha "Trabalho Igual, Salário Igual"

Imagem: Audiência pública para discutir igualdade de salários entre homens e mulheres foi realizada no plenário Deputado Júlio Maia
Audiência pública para discutir igualdade de salários entre homens e mulheres foi realizada no plenário Deputado Júlio Maia
29/05/2015 - 11:21 Por: Talitha Moya    Foto: Roberto Higa

No Brasil, os homens recebem salários até 30% maiores que as mulheres. Com a missão de mudar essa realidade, debates ao redor do mundo levantam a questão com foco em um novo futuro. A campanha “Trabalho igual, salário igual” ganhou o apoio da Assembleia Legislativa, que promoveu nesta sexta-feira (29/5) uma audiência pública para debater a igualdade de gêneros.

A discussão foi proposta pela deputada Mara Caseiro (PTdoB) e deputado Felipe Orro (PDT) por solicitação da BPW - Campo Grande (Business and Professional Women - Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais de Campo Grande).

O movimento “Trabalho igual. Salário Igual“ surgiu em 2008 na Alemanha e se dissipou por 22 países, incluindo o Brasil que também abraça a causa. O objetivo é realizar atividades voltadas para chamar atenção do poder público, da sociedade e dos empregadores para pôr fim à discriminação contra as mulheres.

De acordo com Rejane Velasco, presidente da BPW Campo Grande, a campanha visa obter o engajamento da sociedade e apoio de sindicatos e entidades de classe para combater a desigualdade de salários e agravamento da desigualdade de remuneração entre mulheres e homens. “Temos que plantar a ideia para ver uma mudança no futuro. Muita coisa já mudou mas há muito o que avançar nesse sentido”, ressaltou.

A diferença de salários entre os gêneros está, segundo Rejane, principalmente no patamar de remunerações mais baixas no mercado. Para mudar a visão empresarial, a BPW Campo Grande tem realizado palestras e ações junto aos empresários para divulgar a campanha e apresentar as vantagens de garantir às mulheres qualificadas oportunidades iguais de assumirem postos de comando.

Para o deputado Felipe Orro, quando a diferença é extinta, todos saem ganhando. “Hoje há uma preocupação do poder público e da sociedade no sentido de mudar essa realidade e acredito que esse debate na Assembleia será o marco do início de uma nova perspectiva e pensamento”, arrematou. O parlamentar salientou as dificuldades das mulheres que acabam sendo prejudicadas no mercado de trabalho em razão dos direitos como licença maternidade. “Há empregadores que optam por não contratar mulheres porque acha que isso vai atrapalhar, mas essas garantias não podem ser vistas dessa maneira. É um atraso”, constatou.

A criação de políticas públicas que visem minimizar as desigualdades e o preconceito contra a mulher foi uma das sugestões levantadas durante a audiência pela deputada Mara Caseiro. “É preciso estabelecer programas em parceria com o Estado que tragam uma rede de atendimento em defesa e à favor da promoção da mulher no seio da sociedade”, disse. “Quando a mulher pensa em lutar pela independência financeira, ela encontra muitas barreiras e esse preconceito que devemos combater”, completou.

Uma das conquistas citadas pela parlamentar foi a instituição da Procuradoria em Defesa da Mulher na Assembleia Legislativa. Dentro do projeto, há a previsão da criação da Sala da Mulher que será um canal aberto de debate e ouvidoria para garantir direitos.

Durante o debate na Casa de Leis, a BPW apresentou o selo “Trabalho Igual. Salário Igual” lançado pelos Correios, um dos apoiadores da difusão da campanha no Brasil. “É um lançamento que vai se propagar por todo o País e que dará mais visibilidade para o movimento”, afirmou Eliane Toniasso, administradora do projeto na Capital.
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