Deputados discordam ao avaliar rebaixamento do grau de investimento

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Deputados divergiram na avaliação do comunicado da agência de classificação Standard and Poor's
10/09/2015 - 13:15 Por: Adriano Furtado    Foto: Victor Chileno

Os deputados José Carlos Barbosinha (PSB) e João Grandão (PT) divergiram nesta quinta-feira (10/9) na avaliação do comunicado da agência de classificação Standard and Poor's (S&P) que rebaixou o grau de investimento do Brasil.

Para Barbosinha, o rebaixamento da nota era "uma tragédia anunciada", considerando que cerca de 50 dias atrás a agência já havia mudado a perspectiva para negativa. O envio da proposta de Orçamento para 2016 com previsão de déficit pesou na avaliação da S&P que apontou a deterioração fiscal e a falta de coesão da equipe ministerial, como causas da decisão de rebaixar a nota.

Barbosinha também criticou a falta de segurança do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em entrevista veiculada pela Rede Globo de Televisão no Jornal da Globo. "A crise na Grécia mostrou que quanto mais se demora em fazer os ajustes necessários, piores são as consequências para o País", concluiu.

Já o deputado João Grandão disse que, embora discorde em alguns pontos da política econômica do Governo Federal, o comunicado da S&P não pode ser considerado isoladamente como um quadro negativo válido para todo o mercado. Grandão lembrou que a agência errou em 2008 quando deu ao Lehman Brothers uma classificação A no mês em que o banco quebrou, gerando colapso global. Na época, a S&P emitiu um novo relatório negando ter cometido qualquer erro.

"Levar em consideração apenas o comunicado desta agência é temerário", avaliou João Grandão. Em relação ao Orçamento da União, o deputado acredita que o envio da proposta com previsão de déficit primário demonstra a transparência do governo na tentativa de reequilibrar as contas. Quanto aos problemas econômicos enfrentados no país, o parlamentar disse que "a situação tem saída porque o Brasil tem reservas para enfrentar qualquer crise financeira".

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