Deputados avaliam ato ecumênico realizado na Assembleia Legislativa

Imagem: Zé Teixeira (DEM) à esquerda, Pedro Kemp e João Grandão, ambos do PT
Zé Teixeira (DEM) à esquerda, Pedro Kemp e João Grandão, ambos do PT
08/10/2015 - 11:47 Por: Heloíse Gimenes    Foto: Roberto Higa

Os deputados estaduais Pedro Kemp e João Grandão, ambos do PT, usaram a tribuna na sessão desta quinta-feira (8/10), para fazer um balanço do ato ecumênico realizado ontem na Casa de Leis. O evento, promovido por várias igrejas cristãs e movimentos sociais, foi organizado em solidariedade à luta dos povos indígenas, que reivindicam o direito às suas terras tradicionais.     

“Além disso, o ato ecumênico também apoiou o Cimi [Conselho Missionário Indigenista], que nas últimas semanas tem sido acusado de incitar a invasão de terras em Mato Grosso do Sul. O evento chamou a atenção internacional, uma vez que depoimentos dramáticos revelaram a violência contra os povos indígenas. Pessoas foram brutamente atacadas. Toda essa violência é fruto do não encaminhamento das negociações para demarcação de terras e indenização aos proprietários rurais”, explicou Kemp.

Para João Grandão, a CPI proposta pela bancada petista para investigar a ação/omissão do Estado nos casos de violência praticados contra os povos indígenas no período de 2000 a 2015, visa fazer justiça. “As mortes precisam ser esclarecidas e os autores punidos. A impunidade acaba sendo um incentivo à violência. A CPI vai para apurar a violência historicamente, cometida em nosso território, contra os povos indígenas”, afirmou João Grandão.

O deputado Zé Teixeira, 1º secretário da Casa de Lei, ressaltou a realização do ato. “Parabenizo os indígenas que têm feito pressão, mas infelizmente os órgãos federais só prometem e nada fazem. Quero fazer um apelo para não dizerem mais que a produção do campo no Brasil é feita à custa do sangue do índio. Isso é um absurdo. A produção é em terras intituladas. Os produtores rurais trabalham dentro da lei e pagam corretamente os seus impostos”.  

Ao final do ato ecumênico, os participantes se propuseram a pernoitar na Assembleia até a aprovação da CPI que investigue as mortes nas aldeias. Pedro Kemp e João Grandão reconheceram a atitude do presidente Junior Mochi (PMDB), que explicou às lideranças indígenas os procedimentos regimentais para a instalação da comissão.

Como havia se comprometido, durante a sessão de hoje, Mochi encaminhou o requerimento que solicita a instituição da CPI à Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). “Confirmado que o requerimento cumpre os requisitos para a criação de uma CPI, a Mesa publica o ato e então as lideranças indicam os membros”, informou o presidente. 

 

 

 

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