Comandante afirma que atuação da PM é de forma preventiva junto aos indígenas

Imagem: De 2007 até o momento são 2167 os casos de ocorrências no Estado
De 2007 até o momento são 2167 os casos de ocorrências no Estado
04/02/2016 - 17:55 Por: Juliana Turatti    Foto: Wagner Guimarães

Na segunda oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a ação/omissão do Estado nos casos de violência praticados contra os povos indígenas entre 2000 e 2015, realizada nesta quinta-feira (4/2), o comandante da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, coronel Deusdete Souza de Oliveira Filho, disse sobre a atuação da PM. “A atuação é de forma preventiva, hoje as coisas estão facilitadas, e trabalhamos em rondas preventivas. Não temos dificuldade de acesso. A Polícia Militar só atua em caso de reintegração de posse mediante ordem judicial”, assegurou.

Quando questionado como tem sido a forma de atuação da policia militar em relação a desocupação nas áreas indígenas. “A polícia entra, no aspecto de apoio de acordo com legalidade e somos demandados pela Policia Federal”, respondeu. Já quanto a participação da PM no caso do indígena Oziel e se algum  policial se recusou a prestar atendimento em alguma ocorrência nas comunidades indígenas disse desconhecer.

O comandante informou que de 2007 até o momento são 2167 os casos de ocorrências em Mato Grosso do Sul e que os municípios com maior incidência são: Japorã, Dourados, Caarapó e Amanbai.

Outro depoente na tarde de hoje foi o delegado geral da Polícia Civil, Roberval Maurício Cardoso Rodrigues que falou que a Polícia Civil não tem impedimento em suas investigações. ”A Polícia Civil não tem dificuldade nenhuma em investigar, ela tem é dificuldade de acesso nas comunidades indígenas”. E complementou que “não tem nenhuma informação de Polícia Civil em ocorrência envolvendo índios. A Polícia Civil só atua em caráter emergencial porque sua ação é de investigação”.

O delegado entregou um relatório com os inquéritos aos parlamentares. O presidente da CPI, deputado João Grandão avaliou como positivos os depoimentos de hoje. “Os depoentes de hoje colaboraram e não houve nenhuma dificuldade, ambos trouxeram dados importantes para a Comissão avaliar”, apontou o parlamentar.

Foram aprovados para depor na CPI o Ministério Público Estadual (MPE) e Ministério Público Federal (MPF) e os peritos do caso Oziel. Também são membros da CPI Mara Caseiro (PMB), vice-presidente; Antonieta Amorim (PMDB), relatora; Professor Rinaldo (PSDB) e Paulo Corrêa (PR). A próxima oitiva está agendada para dia 18 de fevereiro, às 14h, no Plenário Deputado Júlio Maia.

Permitida a reprodução do texto, desde que contenha a assinatura Agência ALEMS.
Crédito obrigatório para as fotografias, no formato Nome do fotógrafo/ALEMS.