Deputados demonstram preocupação com conflito agrário em Dourados

Imagem: Deputado Zé Teixeira lamentou omissão do Governo Federal
Deputado Zé Teixeira lamentou omissão do Governo Federal
10/03/2016 - 12:11 Por: Fabiana Silvestre    Foto: Victor Chileno

O conflito agrário na região de Dourados, à 228 km de Campo Grande, voltou a ser debatido durante a sessão plenária desta quinta-feira (10/3). Deputados demonstraram preocupação com a situação vivida por famílias que residem nas proximidades do município. “Os pequenos produtores me pediram para que eu buscasse ajudar de alguma forma, junto ao Governo do Estado, mas sabemos que a responsabilidade é do Governo Federal”, afirmou o deputado Zé Teixeira, na tribuna da Casa de Leis.

Segundo ele, índios guarani-kaiowa invadiram cinco propriedades e expulsaram os moradores, no último sábado (5/3). “Até quando vamos ter o Estado de Direito abalado e a desordem instalada?”, questionou o parlamentar. Zé Teixeira disse que são propriedades pequenas, habitadas pelos mesmos moradores há mais de 50 anos. Em aparte, o deputado Renato Câmara (PMDB) reiterou que o clima de instabilidade e incerteza é agravado pela burocracia. “As pessoas estão com medo em suas casas, mas cadê o estudo que comprove o que é terra indígena? Precisamos ter uma definição jurídica rápida”, disse.

Para o deputado José Carlos Barbosinha (PSB), a situação reflete o “desgoverno que beira à barbárie”. “É uma omissão do Governo Federal, a partir do momento que não cumprem mandados de reintegração de posse, mas não se pode resolver essa questão às custas da propriedade privada”, analisou. O deputado Lidio Lopes (PEN) disse ter sido procurado por uma família da região. “Uma pessoa que vive há 35 anos na mesma propriedade e que agora se sente impotente diante disso, até porque de que adianta uma decisão judicial, se não é cumprida?”, questionou. A deputada Mara Caseiro (PSDB) disse que há informações desencontradas e falta atitude do Governo Federal. Segundo ela, indígenas ouvidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) revelaram que a organização é que informa aos indígenas qual área deve ser invadida. “É o Cimi que diz e agora temos essa situação que todos temíamos que acontecesse, com as invasões chegando às áreas urbanas”, disse, repudiando a ausência de medidas por parte do Governo Federal.

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