Sindicalista cobra Governo e pede apoio de deputados: "R$ 137 nos faz muita falta"

Imagem: Marcos Tabosa representa 2,4 mil trabalhadores
Marcos Tabosa representa 2,4 mil trabalhadores
03/08/2017 - 13:06 Por: Fernanda Kintschner    Foto: Victor Chileno

O presidente do Sindicado dos Servidores Municipais de Campo Grande (Sisem), Marcos Tabosa, usou a tribuna durante a sessão ordinária desta quinta-feira (3/8) para cobrar do Governo do Estado o cumprimento da Lei Estadual 4.841, de 14 de abril de 2016, que prevê repasse do Fundo Estadual de Saúde que garante acréscimo nos salários de 2,4 mil agentes comunitários de Saúde e de Endemias. O deputado Junior Mochi (PMDB), presidente da Casa de Leis, solicitou a palavra do representante da entidade.

“Estivemos na Assembleia Legislativa pedindo ajuda e estamos aqui de novo para que pressionem o Governo a nos pagar. Nos devem quase R$ 300 mil por mês e já são seis meses de atraso aos agentes de saúde e 13 aos de endemias. Precisamos receber. Quem está deixando o cobrador ir à nossa porta? Não é fácil trabalhar embaixo de sol de 40 graus. Não se vê mais epidemia de dengue, os agentes acompanham grávidas, hipertensos, famílias inteiras, casa por casa. Economizamos muito em Saúde ao Estado. E agora aprova Orçamento Estadual para que? Esses R$ 137 em cada salário nos faz muita falta”, declarou o sindicalista.

Os deputados demonstraram apoio aos agentes. “Agradecemos a visita e entendemos que o que veio reivindicar é o que lhes é de direito”, disse o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Junior Mochi. O segundo secretário da Casa, Amarildo Cruz (PT), afirmou que o Governo não vem respondendo requerimentos dos deputados. “Eu mandei um em maio sobre esse assunto que não foi respondido. Vocês têm apoio de todos os deputados. Estamos sensíveis a essa questão, mas infelizmente não somos nós que pagamos”, ressaltou.

“Já tive reunião na Câmara, no Governo e estou até constrangido de tanto pedir por vocês. Estamos sim fiscalizando a Execução Orçamentária”, alegou Lidio Lopes (PEN). João Grandão (PT) relembrou que o Regimento Interno da Casa de Leis foi alterado para permitir melhor fiscalização do orçamento público. “Com isso não tem mais desculpa para o Governo não respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal", falou.

Para Cabo Almi (PT), o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) não está levando em consideração o trabalho dos agentes. “É direito adquirido e estão aí pagando milhões em publicidade?”, questionou. Dr. Paulo Siufi (PSDB) pediu juros. “Vocês já trabalharam e planejaram como utilizar esse dinheiro. Se não o tem, vão pagar dívidas com juros e o Governo não vai pagar com juros não é?”, criticou. Deputada Grazielle Machado (PR) concordou. “Estamos juntos com os agentes. Vocês precisam de uma resposta”.

Os deputados Beto Pereira (PSDB), vice-líder do Governo da Casa de Leis, e a deputada Mara Caseiro (PSDB) falaram com representantes do Executivo em busca de explicações. “Recebi a informação que ontem já foi feito o depósito à prefeitura da Capital, que cairá nas contas dos agentes nos próximos dois dias, mas sabemos do constrangimento se foi prometido pagar em duas parcelas por mês”, disse Beto. “Informaram um depósito de R$ 59.488,00, que entra hoje na conta da prefeitura e outro entrará amanhã. Não tem sido fácil para o Estado essa queda de arrecadação, mas concordo que não se deve deixar de pagar. Estarei ao lado de vocês para cobrar que o prometido seja cumprido”, finalizou Mara.

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