Felipe Orro faz apelo para que se resolva questão indígena ainda em 2014

Imagem:
02/12/2014 - 11:41 Por: João Prestes    Foto: Assessoria ALMS

O deputado estadual Felipe Orro (PDT) usou a tribuna da Assembleia Legislativa na sessão desta terça-feira (2) para fazer um apelo ao governo federal, a quem imputa a culpa pelo clima de insegurança que impera no interior do Estado há anos. O deputado acredita que é possível resolver a questão envolvendo indígenas e produtores rurais ainda neste ano. Basta que o governo federal declare as áreas em demanda como terras indígenas e faça a devida indenização aos produtores rurais.

“Indígenas e produtores são vítimas do governo federal, que não soluciona esse problema e chegou a hora de resolver. E não tem como passar mais um Natal, mais um ano e as pessoas sofrendo, vítimas desse descaso”, disse.

Felipe Orro citou como exemplo o telefonema que recebeu de uma senhora, que teve a propriedade ocupada por indígenas. “Ela me disse: 'Felipe, eu perco minha fazenda, minha terra, eu não quero nada. Só quero minha filha e meu genro que estão lá na casa'. Ela estava desesperada.”

A falta de ação efetiva do governo tem levado insegurança e contribuido para aumentar o clima de tensão e a violência no campo, denuncia o parlamentar. “Nada foi feito. Nada. Só conversa. Nada que pudesse solucionar o problema, minimamente, foi feito. Agora estamos vivendo um clima de Faroeste. O único agente que poderia solucionar isso é o governo, que não declara a terra indígena, não declara como do produtor, não faz nada. Nem sim, nem não. Não resolveu nem pra um lado, nem pro outro. Então é uma vergonha o que está acontecendo, um descaso. Eu acho que esse é um problema do Mato Grosso do Sul, dessa Assembleia Legislativa.”

Felipe Orro integrou a comissão de parlamentares que discutiu o problema com produtores e indígenas, foi a Brasília conversar com agentes do governo federal. Ele lembra que o governo do Estado estava disposto a ajudar, até o Ministério Público entrou na negociação e estava disposto a avalizar o acordo para dar legalidade à indenização. Mas a solução esbarrou na falta de ação do governo federal, a quem cabia fazer o pagamento das terras, o que não aconteceu.

“Com o devido respeito a nossa presidenta da República, mas eu me sinto envergonhado ao ver o tratamento que o Mato Grosso do Sul está recebendo. É só conversa. Estamos há mais de 20 anos para se resolver esse problema e não se resolve. Agora as pessoas já estão pegando em armas”, alertou.

Em carta ao ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) expressa preocupação com o teor de publicações feitas por lideranças indígenas que prevêem uma onda de novas invasões no Estado. Os produtores rurais lembram que já se passaram 18 meses do movimento que reuniu na mesma mesa lideranças indígenas, proprietários rurais, membros da Justiça e do governo em busca de uma solução para o conflito agrário no Estado. E o problema só não foi resolvido porque o governo federal não cumpre sua parte no acordo, que é a indenização das terras e a demarcação dos territórios como áreas indígenas.
As matérias no espaço destinado à Assessoria dos Parlamentares são de inteira responsabilidade dos gabinetes dos deputados.