<p><font face="Verdana" size="2">O protesto dos produtores rurais, denominado “Alerta do Campo”, provocou tumulto nesta terça-feira, na área central de Campo Grande, principalmente nas proximidades do local onde o movimento foi realizado, na Praça do Rádio Clube. Políticos, sindicalistas e populares reforçaram a pressão contra a política agrícola do governo federal. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">O cenário, durante o manifesto, em favor da renegociação de dívidas e novas linhas de crédito era como se o campo tivesse invadido a cidade, para onde foram deslocados cavalos e tratores. O trânsito ficou tumultuado por causa da interdição da Rua Barão do Rio Branco pelos guardas da Agetran (Agência Municipal de Trânsito). </font></p><p><font face="Verdana" size="2">O protesto começo cedo no Parque de Exposição Laucídio Coelho, onde os produtores se concentram para a passeata pelas ruas centrais da cidade. De acordo com a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), o movimento superou as expectativas, levando às ruas mais de mil pessoas, cerca de 200 cavaleiros e tropas de cavalo, e aproximadamente 50 tratores. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">Os agricultores apontam forte crise no campo por causa das condições climáticas, que prejudicaram suas lavouras, e a queda do dólar. O movimento da classe ganhou o apoio da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), que aconselhou o fechamento das 78 prefeituras do Estado para reforçar o protesto.</font></p><p><font face="Verdana" size="2">Nas lojas do comércio, clientes e proprietários foram para as calçadas observar o movimento e muitos abaixaram as portas em sinal de apoio. O objetivo principal desta manifestação é conscientizar a sociedade sobre a crise que afeta o setor agropecuário, que atualmente já atinge a população urbana. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">O texto do panfleto, entregue a todas as pessoas da rua, esclarecia que é do campo que vem o alimento, as roupas, calçados, móveis e outros produtos de uso geral de todos.</font></p><p><font face="Verdana" size="2">Instituições de classe de diferentes setores da economia aderiram ao Alerta do Campo, e declaram sofrer os reflexos da crise, como a Federação do Comércio (Fecomercio), a Federação da Indústria (Fiems), Associação Comercial e Empresarial de Campo Grande, AssomasuL, FIEMS, AMAS, Sinpetro, OCB, Facims, Setcems, e Amas. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">O prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, mostrou sua solidariedade ao setor rural dispensando cinco secretarias municipais para apoiar o movimento. Ele também participou da passeata em companhia da vice-prefeita Marisa Serrano e do presidente da Acrissul, Laucídio Coelho Neto. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">Deputados como Zé Teixeira (PFL), representante do setor rural na Assembléia Legislativa, e Waldir Neves (PSDB), discursaram no palanque armado na Praça do Rádio Clube pelos organizadores do evento. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">“O campo está sofrendo por falta de uma política que traga benefício ao agronegócio”, disse Zé Teixeira, em contato durante o encontro com o presidente do MNP (Movimento Nacional de Produtores), João Bosco Leal. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">De acordo com o diretor secretário da Famasul, Ademar da Silva Júnior o importante agora é avaliar o que vai acontecer após os manifestos. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">“O movimento está forte, houve uma adesão de pessoas acima de nossas expectativas na Capital e no interior do Estado, mas se não houver uma decisão política efetiva, não sabemos o que pode acontecer”, disse. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">Ele disse ainda que esse movimento nasceu das bases, e por isso ganhou tanta força. Ele acredita que o Alerta no Campo tende a crescer ainda mais. “A situação dos produtores está ficando insustentável. O setor não tem como ceder a promessas como aconteceu no ano passado no tratoraço e no caminhonaço em 1998”, declara.</font></p><p><font face="Verdana" size="2">Muitos produtores do interior do Estado reforçaram o movimento na Capital. “Agora é preciso mostrar para a capital o quanto a cidade depende do campo e que quanto o agronegócio vai mal, todas as atividades sofrem também”, disse o produtor Carlos Benjamin, que veio de Maracajú. </font></p><p><font face="Verdana" size="2">Após passar pela 14 de julho e avenida Afonso Pena, principais ruas do centro de Campo Grande, os produtores rurais realizaram um ato público na praça do Rádio Clube, com a presença de autoridades municipais e estaduais.</font></p><p><font face="Verdana" size="2">Várias rodovias foram bloqueadas pelos produtores, conforme a Polícia Rodoviária Estadual – MS-376 em Ivinhema, BR-060 em Maracaju, MS-134, em Bataiporã, MS-156, MS-162, BR-163 e MS-384. </font></p>