Zé Teixeira diz que liminar é alívio momentâneo

A liminar concedida pela Justiça Federal em Campo Grande suspendendo os estudos antropológicos da Funai (Fundação Nacional do Índio) visando a identificação e posteriormente a demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul representa apenas um alívio momentâneo, na avaliação do deputado estadual Zé Teixeira (DEM).

Segundo ele, ainda não há tranqüilidade por parte do setor produtivo do Estado até que seja dada uma solução definitiva para o impasse.

Na sexta-feira, o juiz da 1ª Vara Federal Ronaldo José da Silva concedeu liminar a ação movida pela Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) e pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), impedindo que os grupos técnicos da Funai façam vistorias na região para a demarcação de novas reservas indígenas.

"Isso (a decisão) é bom que dá tempo de se pensar", colocou o parlamentar, que mais uma vez usou a tribuna da Assembléia Legislativa para advertir sobre o risco que as portarias da Funai trouxeram, não apenas para os produtores, mas para o poder público que está mobilizado contra a medida que atingiu 26 municípios sul-mato-grossenses.

Zé Teixeira voltou a cobrar do governo federal, como faz há mais de oito anos, uma política coerente que satisfaça tanto os trabalhadores do campo quanto os índios.

"Acho que esses estudos estão trazendo um grande transtorno para economia do Estado", acrescentou, sugerindo que a União encontre uma alternativa para a situação que ganhou repercussão nacional.

As áreas localizadas nos 26 municípios da região Sul do Estado sob inspeção do órgão somam aproximadamente 10 milhões de hectares.

Para Zé Teixeira, esse problema não atinge apenas o setor produtivo, atinge o borracheiro, o farmacêutico, enfim a área econômica do Estado, que depende diretamente de quem produz, de quem realmente contribui com o PIB (Produto Interno Bruto) do País.

Ainda em seu pronunciamento, Zé Teixeira destacou a preocupação do governo estadual em relação à política que o governador André Puccinelli (PMDB) pretende implementar para incentivar o povo indígena e outros setores da administração pública.

“Hoje o Estado tem um governador que sabe o peso que tem o setor produtivo e sabe também os problemas dos índios (...), não adianta apenas arrumar terra para o índio, tem que integrá-lo à sociedade, dar patrulha mecanizada e semente para ele plantar”, acrescentou, lembrando o grave problema ocorrido no Distrito de Panambi, em Dourados, onde tiraram os colonos de suas terras para contemplar os índios e hoje as áreas se transformaram numa grande capoeira.