BB terá de explicar suposta “coação” a produtores rurais

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Zé Teixeira
19/08/2009 - 12:47 Por: Willams Araújo    Foto: Chico Ribeiro

O superintendente do Banco do Brasil em Mato Grosso do Sul, Ricardo Lot, terá de explicar porque a instituição financeira estaria coagindo produtores rurais a retirarem ação judicial na qual tentam reaver as perdas no rendimento da caderneta de poupança durante o Plano Verão.

Como parte da exigência, as unidades do BB só liberariam os pedidos de financiamento para a safra agrícola 2009/2010 caso os produtores desistissem das ações contra o banco.

Durante a sessão desta quarta-feira da Assembléia Legislativa, o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) a suposta “coação” do banco, denunciada na coluna Malagueta do jornal O PROGRESSO, edição do dia 12 de agosto.

De acordo com a nota, assinada pelo jornalista Marcos Santos, em Dourados, os agricultores estão sendo coagidos a abrir mão de um direito líquido e certo para ter acesso às linhas de financiamento, ou seja, quem tiver processando o BB, não terá direito ao dinheiro do Plano Safra.

“Eu entendo que o Banco do Brasil tem que ajudar o País a crescer, mas está fazendo regredir”, protestou Zé Teixeira, representante da classe ruralista da Casa, ao ler recorte do jornal durante pronunciamento na tribuna.

Para o democrata, com essa atitude, o banco comete um descaso com seus clientes, principalmente em se tratando da classe produtora que, segundo ele, é a que mais tem contribuído para o desenvolvimento do País.
“Hoje o agronegócio contribui com 33% da produção do País”, observou.

O deputado disse lamentar fato como este, ressaltando que o produtor tem o direito de pedir revisão. “O banco não pode impedir que o cliente busque seu direito”, sugeriu Zé Teixeira, que recebeu o apoio do tucano Reinaldo Azambuja.

Diante disso, os dois deputados devem apresenta na próxima sessão requerimento pedindo explicações sobre o caso ao superintendente do Banco do Brasil no Estado.

Plano Verão

Instituído em 16 de Janeiro de 1989, o Plano Verão foi lançado pelo governo do presidente brasileiro José Sarney, realizado pelo ministro Maílson Ferreira da Nóbrega, que havia assumido o lugar de Bresser Pereira.

Devido à crise inflacionária da década de 1980, foi editada uma lei que modificava o índice de rendimento da caderneta, promovendo ainda o congelamento dos preços e salários, a criação de uma nova moeda, o Cruzado Novo, inicialmente atrelada em paridade com o Dólar e a extinção da OTN, importante fator de correção monetária.

Assim como ocorreu no Plano Bresser, o Plano Verão também gerou grandes desajustes às cadernetas de poupança, em que as perdas chegaram a 20,37%.

Nenhuma regra foi definida em relação a ajustes salariais. Atualmente, até dezembro de 2008, estas perdas podem ser reclamadas na justiça.



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