Falta de professores atinge UEMS e acadêmicos pedem apoio por recursos

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O curso de Medicina está sem aulas e alunos pedem professores efetivos para projetos de Pesquisa e Extensão
24/05/2018 - 11:42 Por: Heloíse Gimenes e Fernanda Kintschner   Foto: Luciana Nassar

Com orçamento de R$ 194 milhões, a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul  (UEMS) atravessa uma grave crise financeira e a situação tem afetado as aulas do curso de Medicina. Acadêmicos e professores estiveram na Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (24), solicitando o apoio dos parlamentares na busca de resoluções para os problemas enfrentados pela instituição de ensino.

Na tribuna, o deputado Amarildo Cruz (PT) disse que a instituição passa por um processo de sucateamento. “Quando enfraquece a educação superior, os jovens perdem a oportunidade de formação. A UEMS é patrimônio de Mato Grosso do Sul e, infelizmente, a política adotada é de sucateamento, desde a retirada de sua autonomia financeira. A administração estadual precisa acenar com uma resolução concreta. O ensino público gratuito e de qualidade é uma missão do Estado. A universidade vive seu maior enfraquecimento e não podemos assistir de braços cruzados”, falou Amarildo Cruz.

O líder do governo na Casa de Leis, Professor Rinaldo (PSDB), afirmou que o País vive um momento econômico difícil e o Governo do Estado pretende realizar concurso público para a convocação de professores. “Precisamos de maturidade para superar essa crise. Até julho deve ser aberto o concurso que abrirá 60 vagas para atender a UEMS. Sobre o curso de Medicina, em 15 dias, o Executivo deverá realocar profissionais da Secretaria de Estado de Saúde e do Hospital Regional para dar continuidade as aulas”, informou.    

Somente para o pagamento da folha de pessoal, a UEMS necessita de R$ 152 milhões. A instituição possui 15 unidades e está presente em 25 municípios somando com os polos de Educação a Distância. Em 23 anos de existência, foram formados 20 mil profissionais, sendo a maioria oriunda da rede pública de ensino. Os deputados João Grandão (PT), Barbosinha (DEM), Renato Câmara (PMDB) e Paulo Siufi (PMDB) prestaram apoio e se colocaram à disposição da universidade.  

Lidio Lopes aproveitou a oportunidade para cobrar do Governo do Estado emenda de sua autoria. “Destinei R$ 65 mil para a instalação de ar-condicionados em todas as salas de aula da unidade da UEMS em Aquidauana. Desde 2016 era para esse recurso ser liberado e até agora nada”, reclamou.

O que dizem os estudantes

Em nome do movimento estudantil da UEMS, o estudante de Artes Cênicas Robson Marques subiu à tribuna pedindo melhores condições de aprendizado. “Os estudantes se uniram em 2010 pela inauguração da unidade em Campo Grande e de lá para cá fomos nos fortalecendo. Estou aqui por todas as unidades. Atualmente somente o curso de Medicina está sem aulas por falta de professores, porém os demais estudantes estão paralisados para pedir por mais professores efetivos. A maioria é contratada temporariamente e cumpre seu papel de dar aulas, mas não teremos uma formação integral no tripé Ensino, Pesquisa e Extensão sem  recursos e sem professores concursados, pois somente estes podem atuar na pesquisa e extensão. Precisamos de ajuda para reverter isso. Estamos dispostos a estudar, mas há um sucateamento da educação pública nacionalmente”, finalizou.

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