Ato público contra reajuste da energia mobiliza a população

16/03/2003 - 14:36 Por: Assessoria de Imprensa/ALMS   

Por que a Enersul quer reajustar a energia em 42%? Este foi o tema do ato público realizado neste dia 15 de março, Dia Internacional do Consumidor, na esquina das ruas Barão do Rio Branco e 14 de Julho. O objetivo foi informar e mobilizar a população contra a revisão tarifária elétrica de 42,64% proposta pela Enersul, em vias de ser aprovada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). O evento foi idealizado e organizado pelo deputado estadual Semy Ferraz e pela ABCCON (Associação Brasileira da Cidadania e do Consumidor), e contou com o apoio e a presença de outros deputados e vereadores da capital, e da Associação Comercial de Campo Grande.

Em seu discurso ao público, Semy ressaltou a importância de realizar o ato no Dia do Consumidor, que mais uma vez está sendo esquecido. “É uma grande oportunidade para fazermos nosso protesto e pedir mais esclarecimentos sobre o reajuste que está por vir. Com certeza, se nós consumidores nos organizarmos, podemos impedir que ele ocorra. Então, esta luta depende da nossa capacidade de nos articular e evitar que os consumidores fiquem sabendo só na hora de pagar a conta”, afirmou. Para ele, a Enersul e a Aneel devem esclarecimentos à população sobre os planos de investimento, sobre o quanto a empresa ganhou com o seguro apagão e, o mais importante, precisa ouvir a opinião do consumidor.

O promotor de Justiça do Consumidor do Ministério Público Estadual, Amilton Plácido da Rosa, presente no ato, questionou: “Como pode uma empresa ter R$ 50 milhões de lucro, dizer que está no prejuízo e que o consumidor precisa arcar? Além disso, as expansões feitas pela Enersul são pagas pelo próprio consumidor, pois ninguém consegue obter energia em sua propriedade sem bancar os custos frente à empresa. Agora, ela quer cobrar novamente da população”.

A vice-presidente da ABCCON lembrou que, quando as empresas de serviços públicos foram privatizadas, foi feito um contrato, no qual apenas o interesse delas foi prestigiado, desconsiderando o cidadão. “Qual contrato vale mais, o contrato privado ou o social, que é a Constituição Federal? Ela diz que o serviço público é essencial, mas se acontecerem reajustes dessa proporção, chegará um ponto em que o consumidor não conseguirá pagar a conta e será privado do serviço essencial”, observou.
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