Hospitais pedem apoio para que coleta não seja suspensa

A partir desta quarta-feira (21/11), a prefeitura de Campo Grande não irá mais realizar a coleta e a destinação final do lixo hospitalar. O serviço deverá ser feito pelos próprios geradores dos resíduos. Na sessão de hoje, representantes de hospitais, clínicas e laboratórios privados estiveram na Assembleia Legislativa, solicitando o apoio dos deputados para que a medida seja suspensa.

“Fomos pegos de uma forma sorrateira. A prefeitura nos impôs uma conduta inaceitável, dando um prazo de cinco dias para adotar a medida. É o mesmo que dizer aceitem ou degolem-se. A partir do dia 21, quatro empresas farão a coleta do lixo hospitalar. A saúde possui muitas dificuldades, incluindo a sobrecarga de impostos, não aceitamos mais um tipo de imposição por gestores que não possuem sensibilidade”, disse na tribuna Mafuci Kadri, presidente do grupo El Kadri.

A prefeitura afirma que segue uma norma do Conama [Conselho Nacional do Meio Ambiente] (358/2005) e da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] (306/2004). Segundo Mafuci, os hospitais privados não possuem recursos disponíveis para pagar pela coleta do lixo. “Neste momento, não temos condições de cumprir essa decisão. Entramos com um mandado de segurança e estamos buscando o apoio dos deputados para que possamos chegar a uma solução imediata, a fim de suspender essa atitude impositiva”.

Presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Lauro Davi (PSB) avaliou como gravíssima a situação. “Se este lixo hospitalar não for coletado a partir de amanhã acontecerá um caos em Campo Grande. O problema deixará de ser gerencial, mas infeccioso”, alertou o parlamentar, se referindo ao perigo de proliferação de bactérias.

Lauro Davi informou que a Comissão de Saúde irá procurar o prefeito eleito Alcides Bernal para discutir o assunto. “Vamos também solicitar à atual administração a prorrogação do prazo para a adequação das instituições de saúde particulares”, comunicou.