Atraso no repasse leva Felipe Orro a 'clamar' a favor da Santa Casa

O deputado estadual Felipe Orro (PDT) denunciou, da Tribuna da Assembleia, na sessão desta terça-feira (12), a permanência do impasse entre a Santa Casa de Campo Grande e a Prefeitura, que não repassou na totalidade os valores em atraso e acabou deixando mais de 3 mil funcionários do hospital sem receber os salários de abril. “Passaram o Dia das Mães sem salário, sem dinheiro para comprar presente, para comemorar a data, e até hoje não receberam ainda”, disse Felipe Orro.

Na semana passada, em reunião na Presidência da Assembleia com a presença de deputados, representantes do governo do Estado, da Prefeitura e do Ministério Público, foi fechado um acordo para manter o atendimento na Santa Casa. A Prefeitura se comprometeu a repassar R$ 3 milhões ao mês, até fim de maio, quando então um levantamento dos procedimentos realizados servirá de base para estabelecer o valor necessário a fim de o hospital continuar prestando os serviços ao município.

Na sexta-feira (8) a Prefeitura deveria repassar R$ 8 milhões à Santa Casa – relativos a atrasados -, o que não foi feito na integralidade. O hospital recebeu pouco mais de R$ 4 milhões, e ainda assim após o fechamento dos bancos, impossibilitando a quitação da folha de abril. Hoje, funcionários da Santa Casa saíram em passeata cobrando do prefeito a liberação do restante dos recursos e cobrando também mais respeito no tratamento com a entidade.

“A Prefeitura reconhece o débito, tanto que pediu para a Santa Casa emitir nota dos serviços. Mas não fez o pagamento. Temos acompanhado o extrato do Fundo Nacional de Saúde e vimos que em maio o município já recebeu mais de R$ 20 milhões, então recurso tem. Não se trata de picuinha, não é um problema político, é uma questão importante. Já estamos no dia 12 de maio e não foram pagos os salários de abril de milhares de trabalhadores. Isso é grave”, ressaltou.

O deputado disse que não fazia cobrança, não queria reclamar, mas sim “clamar” ao prefeito para que pague “ainda hoje” a Santa Casa, “em nome do bom senso, da organização administrativa”. Felipe Orro frisou que é preciso que se respeite o que ficou acordado na reunião da semana passada e mais que isso: “Precisamos resolver definitivamente isso para dar tranquilidade à população que se utiliza dos serviços da Santa Casa.”