Produtores e políticos discutem endividamento na Famasul

22/05/2007 - 12:21 Por: JMarcio

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<DIV align=justify>A crise que o setor rural vai voltar a enfrentar dentro de alguns meses foi tema de debate na noite de ontem no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (FAMASUL). Dólar em queda, falta de seguro agrícola e de preço mínimo, altas taxas de juros e insumos mais caros são alguns fatores que afetam diretamente a vida dos agricultores que não vêem da parte do governo federal interesse para que o produtor rural saia do vermelho.<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" /><o:p></o:p></DIV>
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A reunião foi marcada pela presença de seis dos 15 parlamentares da bancada do agronegócio estadual, muitos produtores rurais e líderes de entidades ligadas ao agronegócio que a convite dos deputados federais que compõem a Subcomissão  de Política Agrícola, Endividamento e Renda Rural da Câmara Federal, Luis Carlos Heinze, Ronaldo Caiado (DEM-GO), Homero Pereira (PPS-MT), Waldir Neves (PSDB-MS), Waldemir Moka (PMDB) e Leonardo Vilela (PSDB-GO) que debateram por mais de três horas a situação do endividamento dos agricultores sul-mato-grossenses, originário das últimas três safras.<o:p></o:p>
Presidida pelo deputado federal Waldir Neves (PSDB-MS) a reunião contou com a presença de cerca de 700 produtores rurais de diversos municípios do Estado que expuseram o panorama que a agricultura se encontra após diversas renegociações das dívidas com os bancos. O deputado tucano lembrou que o setor rural vem sendo penalizado nos últimos três anos e não há nenhuma medida por parte do governo Federal para amenizar essas dificuldades. ?O governo vem postergando o problema e com a ajuda da grande mídia tem colocado a opinião pública contra a classe produtora dizendo que as dívidas já foram saneadas em 2006. O que falta  é uma política séria para a agricultura que defenda e não oprima o produtor, é uma dívida de quase R$ 5 bilhões, isso é impagável?, disse Neves.<o:p></o:p>
Luis Carlos Heinz (PP-RS) defendeu a permissão do uso do Biodiesel B100 nas lavouras para diminuir o custo de produção. ?Hoje o óleo diesel é o maior onerador no custo de produção, temos a tecnologia, temos a matéria-prima e um programa desenvolvido. Então vamos brigar para que o produtor se una em cooperativas para produzir seu próprio combustível (B100), temos que baixar o custo de produção?, disse Heinz. O parlamentar criticou também a política injusta do Mercosul que vem arrebentando com os produtores da fronteira. <o:p></o:p>
O presidente da Comissão de Agricultura e Pecuária da Assembléia de MS, deputado Marcio Fernandes (PSDB), defendeu a importação de insumos para baratear na formação dos custos das lavouras. ?Chega a ser 80% mais barato os insumos que podem ser importados legalmente, precisamos debater isso nos ministérios, afinal, vários outros artigos são importados em diferentes setores e essa restrição ou a alta taxação sobre os insumos agropecuários só prejudica nosso potencial de produção tanto na agricultura como na pecuária, relatou o parlamentar. Outra questão levantada pelo deputado é a insuficiência de recursos destinados à sanidade animal especialmente para MS que faz fronteira com Paraguai e Bolívia?. Chega ser irrisório esse repasse em detrimento da importância que a pecuária tem na balança comercial do país, disse Fernandes que concorda com Luis Carlos Heinz no uso direto do biodiesel B100 por produtores nas lavouras. ?Sem dúvida isso vai baratear a lavoura em mais de 30%. É uma alternativa ambientalmente correta e financeiramente viável?.<o:p></o:p>
O deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO) afirmou que o Ministério da Agricultura pode acabar virando uma sub-secretaria do Ministério da Fazenda, fazendo menção a pouca importância que o governo Federal dá à pasta da Agricultura e Pecuária. Caiado afirmou que a missão  da Comissão dentro da Câmara é votar à favor do produtor rural em todas as matérias e ?para que o governo se curve e ouça nosso apelo precisamos da maioria. Vamos para o embate unindo forças com os parlamentares que mesmo sendo da base do governo defendem a causa do campo, e, nessa matemática, precisamos de 215 parlamentares compromissados conosco para fazer pressão na hora de votar as matérias constitucionais?. Para Caiado o governo está tranqüilo porque a cada ano a safra bate recordes de produção. ?Se cada Estado da federação diminuir sua área plantada poderemos dar um susto no governo e poderemos ser ouvidos?, alertou Caiado que propôs também a criação da Agência Reguladora do Agronegócio para impedir a formação de cartéis, preços abusivos de insumos, venda de genéricos, enfim, há uma série de demandas que podem ser direcionadas pela Agência.<o:p></o:p>
O governador André Puccinelli que participou do evento ressaltou que o seu governo tem dado a importância merecida a quem produz riqueza para o Estado. ?Abaixamos a pauta fiscal de vários produtos agrícolas em cinergia com o pedido das entidades de classe (Famasul/Acrissul) demonstrando que esse governo tem compromisso com o setor rural. Não podemos matar nossa galinha de ovos de ouro?, brincou o governador. Puccinelli lembrou dos tempos em que morava no interior quando aprendeu que quando a agricultura vai mal a cidade vai mal. ?Aprendi a valorizar quem gera riqueza ainda naquele tempo?, lembrando também que o país vai crescer 3% se o agronegócio crescer 6.<o:p></o:p>
Ademar Silva Junior, presidente da Famasul, avaliou positivamente o encontro que mostra um alinhamento entre os poderes (legislativo e executivo) com a classe rural no entendimento das sérias questões que envolvem o produtor rural. ?É uma bola de neve o que está acontecendo e se não tomar atitudes isso pode se tornar insustentável para o país. O produtor não quer mais prorrogação das dívidas quer uma solução definitiva já que o governo não quer mexer na política cambial que hoje é o principal inimigo da agricultura?, alertou Silva.<o:p></o:p>
Pela Bancada do Agronegócio participaram os deputados estaduais Marcio Fernandes, Reinaldo Azambuja, Zé Teixeira, Dione Hashioca, Rinaldo Modesto, Junior Mochi e Ari Arthuzi, além do deputado federal Geraldo Rezende.
Mais Informações - 
Gab. Deputado Marcio Fernandes
(67) 3326-4102</DIV></BLOCKQUOTE>

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