Jalecos médicos sob suspeita

05/07/2011 - 16:50 Por: Alcindo Rocha - ass. dep. Marcio Fernandes | (67) 8406-2105 / 3326-4102   

Articulista alerta para riscos de utilização de jaleco médico fora do ambiente de trabalho

“Jalecos médicos sob suspeita”. Com esse título Yara Achôa publicou artigo nessa segunda-feira (4) no portal de notícias IG, no qual alerta para os riscos da utilização pelos profissionais da área de saúde de jalecos médicos fora do ambiente de trabalho.

Tal comportamento dos profissionais pode favorecer a contaminação, já que estudo citado no artigo - intitulado “O potencial da vestimenta médica como possível fonte e veículo de transmissão de micro-organismos” – encontrou alta concentração de bactérias nos jalecos médicos. O estudo foi orientado pela professora Maria Elisa Zuliani Maluf, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Tema motivou elaboração de Lei em 2009

A suspeita do potencial de contaminação pela má utilização do jaleco médico motivou o deputado estadual Marcio Fernandes (PTdoB), vice-líder do governo, a elaborar, em outubro de 2009, a Lei nº 3.769, na qual restringe o uso pelos profissionais da área de saúde de jalecos e aventais ao local de trabalho em Mato Grosso do Sul.

Para o deputado, o que torna os jalecos e aventais um dos instrumentos de combate à infecção hospitalar é exatamente a sua não exposição aos elementos de contaminação existentes no ambiente exterior ao das unidades médicas.

De acordo com o estudo mencionado no artigo, cerca de 95% das vestimentas – em especial nas regiões dos punhos e dos bolsos - estavam contaminadas. Entre as bactérias havia a Staphylococcus aureus, considerada um das principais agentes de infecção hospitalar.

A preocupação não se restringiu a Mato Grosso do Sul. A articulista informa que no Estado de São Paulo recentemente foi sancionada lei que proíbe o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) fora do ambiente de trabalho. Ou seja, os profissionais de saúde não podem circular com jalecos fora de seu ambiente profissional.

Ainda conforme Yara, embora não exista até o momento nenhuma comprovação ou descrição de casos de infecção ou contaminação de pessoas que tiveram contato com médicos que usam jalecos em ambientes não hospitalares, algumas enfermidades podem ser transmitidas pelo contato com as bactérias ali contidas.

Sobre a lei, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) se pronunciou por meio de um comunicado, alertando que não só os jalecos e aventais podem conter germes, mas também uniformes, roupas comuns, gravatas, sapatos, bolsas, estetoscópios, óculos, celulares, mouses, teclados, tablets, relógios de pulso e outros objetos usados por médicos e profissionais de saúde no ambiente de trabalho, o que não significa que sejam necessariamente transmissores de doenças.

A entidade médica diz ainda que apoia e promove todas as medidas de biossegurança capazes de prevenir ou reduzir a exposição da população e dos profissionais a riscos limitados aos respectivos locais de trabalho. Isso inclui o uso correto de EPI e a adoção de medidas simples e eficazes, como o ato do profissional lavar as mãos durante o trabalho e antes de sair às ruas.
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