Paulo Corrêa critica portaria da Funai e alerta sobre possível crise

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06/08/2008 - 14:45 Por: Mariana Fedrizzi    Foto: Assessoria

O deputado estadual Paulo Corrêa (PR) ocupou a tribuna durante o grande expediente da sessão desta quarta-feira, 06 de julho, para falar sobre a atitude da Fundação Nacional do Índio (Funai) que baixou uma portaria para identificar e demarcar 3 milhões de hectares em 26 municípios do Estado. O parlamentar alertou que “alguém vai morrer, vai haver sangue”, referindo-se a possível confronto entre índios e produtores rurais.
Para o deputado, a atitude da Funai e do Ministério Público Federal em começar os trabalhos sem divulgá-lo, sem comunicar ao governador, e nem divulgar o processo e quais propriedades serão alvo do estudo, é equivocada, e reforçou a preocupação com o grupo de trabalho pagos pela Fundação, já que os considera parcial e que um dos antropólogos, é conhecido por vender laudos. “Este antropólogo vende laudos, e já chegou aqui acusando o governador de não fazer nada em favor dos índios, a Funai é um órgão desorganizado e não sabe destinar os recursos, o governo tem feito boa parte do trabalho que era deles [Funai]”, declarou o deputado lembrando que ainda que o antropólogo pediu escolta a polícia por se sentir ameaçado por um proprietário rural que queria apenas filmar o processo de trabalho dele.
Corrêa ressaltou ainda que a portaria da Funai está causando prejuízos para o Estado, já que está retraindo investimentos, como a Portocel empresa portuguesa que trabalha com papel e celulose que estava com a vinda certa para MS e hoje teme a instalação no Estado, além de ter desvalorizado o valor das terras.
Uma das maiores preocupações de Corrêa em relação às demarcações é que as terras serão expropriadas, “na reforma agrária há a desapropriação, o produtor rural é ressarcido pela propriedade, o Incra tem orçamento para pagar. Já a expropriação ela apenas é retirada a posse do fazendeiro, que recebe apenas pelas benfeitorias”. Frizou o deputado.
Para Paulo Corrêa, o processo não é justo, porque a União alienou as áreas e as titulou na década de 40. Ele disse que o Brasil era dos índios há 500 anos. Considerou injusto só atingir Mato Grosso do Sul com a decisão de dar terras aos Guarani - Caiowás, já que se trata de tribo nômade.
O deputado defendeu ainda que este grupo de trabalho, para ter transparência, deve ser composto por representantes dos produtores rurais, Famasul, e do governo, e que este deve ser um processo aberto.

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