Movimentos sociais pedem apoio da AL contra fome em aldeias indígenas
08/02/2007 - 11:50
Por: Josy Macedo, da assessoria de Imprensa do deputado Pedro Kemp
<P class=MsoNormal style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt" align=left><FONT size=2><EM>Giuliano Lopes<BR></EM><IMG height=154 hspace=10 src="/Portals/0/FEVEREIRO%202007/protesto-interna.jpg" width=230 align=left vspace=2 border=0>Pelo menos 50 lideranças indígenas e de movimentos sociais organizados estivem nesta quinta-feira pela manhã na Assembléia Legislativa para pedir o apoio dos deputados estaduais. O grupo quer a ajuda da casa para intermediar junto ao executivo a retomada do programa segurança alimentar, suspenso pelo governo desde janeiro. As lideranças entregaram aos deputados Amarildo Cruz, Pedro Kemp, Pedro Teruel, ambos do PT, Marquinhos Trad e Youssif Domingos (PMDB) e Paulo Correa (PR) um documento relatando a situação de miséria das famílias, sobretudo da etnia Kaiowá Guarani. <BR><BR>Para o ato simbólico, os manifestantes trouxeram alimentos arrecadados junto à sociedade numa campanha encabeçada pela CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais) e o CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos) Marçal de Souza. Com a iniciativa foram coletadas cerca de duas toneladas de alimentos que serão doadas à comunidade de Kurussú Ambá, que está atualmente às margens da MS-289, na região de Amambai, no Sul do Estado. O grupo, de cerca de 70 famílias, foi levada para a rodovia após conflito ocorrido no dia 09 de Janeiro entre os indígenas e os fazendeiros da região que disputavam a posse da fazenda Madama, em Amambai. A terra é denominada pelos índios de Kurussú Ambá e teria sido retirada dos Guarani em 1975. Durante o confronto foi assassinada a líder religiosa Xuretê Julite Lopes, 73 anos, ficando ferido ainda o adolescente Valdecir Ximenes. Conforme relato dos indígenas, além da violência, o grupo teve utensílios, roupas e móveis queimados durante a ação dos pistoleiros. <BR><BR>Na manhã desta quinta-feira, as lideranças indígenas e dos movimentos sociais tiveram dificuldade para chegar à Assembléia Legislativa. Policiais do Getam (Grupo Tático de Motos) da Ropec (Rondas Ostensivas de Parques, Escolas e Comércio) e Cigoce (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) fecharam a entrada do Parque dos Poderes impedindo a passagem dos carros que acompanhavam o ato. De acordo com os militares que estavam no local, a determinação para proibir o trafego de veículos partiu da secretaria de Segurança Pública do Estado. Somente com a chegada dos deputados Pedro Kemp e Pedro Teruel houve a liberação da pista. No local, Kemp fez a interlocução via telefone celular com o Secretário de Justiça e Segurança Pública, Vantuir Jacini, que acabou autorizando a passagem dos veículos.<BR><BR>Já na Assembléia Legislativa, os manifestantes foram recebidos por uma comissão de parlamentares, uma vez que o presidente da casa, deputado Jerson Domingos (PMDB), e o primeiro secretário, Ari Rigo (PDT), estavam em agenda fora da Assembléia Legislativa. Aos parlamentares, os índios e representantes do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) pediram apoio para sensibilizar o governo a retomar a distribuição das cestas básicas. "Queremos primeiro empenho desta casa para que essa situação de fome em que vivem os índios não seja ignorada", enfatizou o coordenador do Cimi em Mato Grosso do Sul, Egon Heck. Conforme dados do Conselho, cerca de 11 mil cestas básicas deixaram de ser distribuídas pelo governo, nove mil delas somente para os Kaiowá Guarani. <BR><BR>O professor indígena da etnia, Otoniel Ricardo, conta que na região de Amambai onde os Guarani estão acampados na rodovia a situação é de miséria. "É chocante ver o que está acontecendo por lá. Olhar as crianças sofrendo com a falta de água, alimento, atendimento mais específico para saúde", conta. Conforme representantes dos movimentos sociais, a desnutrição volta a rondar as famílias Kaiowá Guarani, que já vinha, apresentando um quadro de melhora em 2006. Mais do que alimento, os indígenas estão preocupados com a ausência de uma política séria de demarcação de terras, mecanismo único que dará condições das populações indígenas retomarem sua subsistência sem ajuda de programas sociais. Após a entrega do documento, o grupo seguiu para a governadoria, onde seria recebido pelos secretários Vantuir Jacini e Tânia Garib, da Assistência Social. </FONT></P></SPAN>
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