Kemp se reúne com entidades para discutir o conflito indígena em MS
Deputado estadual Pedro Kemp em reunião com o arcebispo Dom Dimas, na Arquidiocese, sobre a CPI do CIMI,as condições de vida dos povos indígenas de MS e o impasse não solucionado pelo governo federal, que não cumpre a Constituição de 1988, que determina a demarcação das áreas aos povos originários. Arcebispo defende uma mediação envolvendo fazendeiros detentores títulos de boa fé, que anseiam por indenização e fim dos conflitos, e povos originários que enfrentam há anos o confinamento imposto pelo Estado com consequências trágicas como a fome, a morte, assassinatos, suicídios, brigas internas, guerra interminável em MS
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Por Campo Grande News
O arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara, reuniu-se nesta sexta-feira (25) com representantes de 30 movimentos sociais ligados à luta pela terra para discutir o conflito indígena em Mato Grosso do Sul. Os participantes prestaram solidariedade ao Cimi (Conselho Indigenista Missionário), que está sendo investigado por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Assembleia Legislativa.
Rogério Batalha Rocha, advogado membro do Coletivo Terra Vermelha, acredita que a apuração esteja tirando do foco o problema das demarcações de terras. “Temos que impedir a criminalização do Cimi e movimentos sociais que denunciam situações que as autoridades ignoram e não tomam providências”, afirma.
Foi definida a criação de uma comissão com representantes de todas as entidades para tentar, junto com a igreja, mediar um acordo nas negociações entre fazendeiros e índios.
“Tenho feito o esforço de diálogo. É importante que o estado retome as negociações, embora saibamos que a responsabilidade é, sobretudo, do Governo Federal. Em determinados momentos há também uma responsabilidade do Governo Estadual com relação a questões como saúde e segurança, por exemplo”, diz Dom Dimas.
O arcebispo contou ter recebido um grupo de produtores rurais há alguns dias pedindo ajuda, pois também estavam sendo vítimas da situação. Dom Dimas afirma que os fazendeiros precisam ser indenizados e reforça que a CPI do Cimi usa o conselho como “bode expiatório” para jogar a situação em segundo plano.
“A preocupação maior é com relação à situação de miséria e insegurança em que vive a população indígena. Os índios têm capacidade de organização que não depende das entidades”, pontua.
Jorge de Barros, também integrante do Terra Vermelha, acredita que a reunião foi positiva principalmente para solucionar problemas pontuais nas aldeias, como falta de alimentação e espaço. O deputado estadual Pedro Kemp (PT) também participou do encontro.
(Reportagem reproduzida na íntegra – www.campograndenews.com.br)
Ricardo Campos Jr. e Carolina Maldonado – Texto Campo Grande News
Texto de abertura: Jacqueline Lopes