Palestrantes do I Encontro de Vereadoras abordam liderança e feminismo

Imagem: Três palestras foram realizadas durante o Encontro de Vereadoras
Três palestras foram realizadas durante o Encontro de Vereadoras
27/03/2019 - 18:36 Por: Ana Maria Assis   Foto: Wagner Guimarães/Edemir Rodrigues

O I Encontro de Vereadoras do Estado, realizado na tarde de hoje (27) pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALMS), por meio da Escola do Lesgislativo, contou com três palestras abordando os direitos das mulheres e formas de efetivar a igualdade.

As palestras proferidas foram: “A importância da liderança feminina na política”, com Conselheira do Tribunal de Contas Estadual, Marisa Serrano; “As instituições e o combate à violência contra a mulher”, com a juíza Jaqueline Machado e “A vereadora e as políticas públicas em defesa da mulher”, com a subsecretária de cidadania, Luciana Azambuja Roca.

Para o coordenador da Escola do Legislativo da ALMS, Ben-Hur Ferreira, o evento transparece a importância reconhecida do assunto em questão, que é o direito das mulheres. “Esse é um ato histórico, significa que essa luta pelos direitos das mulheres tomou uma proporção tamanha, que o parlamento, mesmo totalmente masculino, não pode ficar indiferente às pautas femininas”, disse Bem-Hur, que foi mediador das palestras realizadas no evento.

Conteúdo das palestras

Na primeira palestra “A importância da liderança feminina na política”, a Conselheira do Tribunal de Contas Estadual, Marisa Serrano, convidou as vereadoras a serem participativas. Ela falou da importância do estudo, da pesquisa, da atualização para a liderança feminina. Na visão de Marisa, as mulheres ainda estão em busca de espaço.


Conselheira Marisa Serrano falou sobre liderança

“Nós ainda precisamos mostrar que somos competentes. Para sermos líderes, precisamos chegar às reuniões com conhecimento de causa. Se já fôssemos empoderadas, nós teríamos deputadas mulheres nessa Casa de Lei”, afirmou a conselheira, sendo aplaudida pelas vereadoras presentes.

Marisa destacou também que uma líder age com sabedoria, competência e educação, sendo necessário ser assertiva, firme, direta e sucinta para ser ouvida, sempre prezando pelo domínio do conteúdo do que se está sendo discutido. “Temos que conhecer o assunto que será tratado, algumas mulheres ficam caladas simplesmente por falta de conhecimento. Enquanto líderes, podemos e somos responsáveis por ter iniciativa”, disse a conselheira.

A segunda palestra foi ministrada pela Coordenadora Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, juíza Jaqueline Machado, que atua 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. Ela foi vencedora do Prêmio Direitos Humanos 2018, na categoria Mulher, honraria concedida pelo Governo Federal. Segundo a palestrante, “a preocupação não é apenas em ensinar os filhos a não bater em mulheres, mas precisamos educá-los para que entendam que somos seres humanos, precisamos de respeito e igualdade”.


Juíza Jaqueline falou sobre feminismo

A juíza falou sobre a importância de entender o que é feminismo e da luta pela igualdade de direitos. “Feminismo não é o contrário de machismo. E dizer que é a favor da igualdade, mas contra o feminismo, é uma incoerência. Pois a mulher e o homem que são a favor da igualdade, são feministas”, explicou a juíza Jaqueline, para desmistificar alguns conceitos ignorados ou distorcidos por parte da sociedade.

Nesse sentido, Jaqueline afirmou a responsabilidade de todos quanto à discussão de gênero. “Gênero não ofende a família. O que ofende a família é a violência dentro de casa. É contra isso que temos que lutar. As crianças fazem denúncias nas escolas, se as escolas não puderem falar desses assuntos, os abusos vão ficar guardados dentro de casa”, explicou a juíza que por 11 anos atuou na área da infância.

Para a magistrada, é alarmante o alto índice de gravidez na adolescência. “Não temos prevenção efetiva de gravidez na adolescência. As pessoas se dizem contra o aborto, a favor da vida. E todos nós somos contra o aborto, eu não abortaria. Mas e a vida das mulheres pretas e pobres, também importam?”, refletiu a juíza mencionando o risco à vida de muitas mulheres abaixo da linha da pobreza durante a gravidez e, ainda, o abandono de crianças em abrigos para adoção.


Luciana Azambuja destacou as ações do governo

A terceira palestra, da subsecretária de cidadania, Luciana Azambuja, iniciou com um vídeo sobre a representatividade e a defesa

de direitos das mulheres. Luciana reafirmou a importância das mulheres se interessarem pela política e falou sobre a parceria entre a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e do Governo Estadual nas ações de políticas públicas.

Para subsecretária, é preciso uma ação conjunta para combater a violência ás mulheres e promover as políticas públicas para as mulheres. “Nós da subsecretaria de Cidadania estamos buscando novas ferramentas para divulgar as ações em favor das mulheres. É necessário falar sobre isso nas escolas e em todos os ambientes, alcançando toda a comunidade, por isso a relevância da participação de todas”, disse Luciana mencionando o fortalecimento das ações no âmbito do governo estadual.

O evento também marcou o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das Mulheres.

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