Audiência reafirma atuação de profissionais nas escolas e reforça mobilização
Na noite desta terça-feira (7) foi realizada audiência pública sobre a atuação de psicólogos e assistentes sociais nas escolas em Mato Grosso do Sul. O evento foi realizado no Plenário Deputado Júlio Maia a requerimento do deputado Marçal Filho (PSDB). Profissionais das áreas da Educação, Assistência Social e Psicologia estiveram presentes.
Para Marçal Filho, a iniciativa é importante no momento atual. “Hoje em dia, com o acesso à internet, temos mais facilidade no contato com a informação, mas também sofremos de alguns malefícios. A internet aproximou quem está longe, mas afastou quem está perto”, pontuou o deputado, reafirmando ainda que a presença de equipes multidisciplinares nas escolas poderá contribuir para a prevenção ao suicídio de adolescentes.
A professora doutora Alexandra Ayache, psicóloga e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), afirmou que deve também ser debatida a forma ideal para inserir a Psicologia nas instituições educacionais. “A grande questão é de que forma podemos estar inseridos nessas instituições. De que forma trabalharemos a não medicalização dos problemas escolares. Como contribuiremos com uma educação emancipadora”, afirmou.
Nesse sentido, Sônia Urt, professora pós-doutora da UFMS, disse que é necessário afastar a visão reducionista, que impõe a culpabilização aos pais, ao aluno ou aos professores, e que termina em medicação. “A preocupação com o uso da Psicologia no ensinar e no aprender é antiga, mas hoje queremos outro viés. Não queremos a Psicologia sendo direcionada única e exclusivamente à doença e à patologia. Nós podemos ajudar no enfrentamento da violência, do bullying, do sofrimento e do adoecimento”, frisou Sônia.
Do projeto Avanço do Jovem na Aprendizagem (AJA), o professor Renisson Costa Araújo afirmou que o argumento da falta de recursos não deve sempre ser empecilho às melhorias na educação. “Nas escolas públicas o debate pela necessidade de psicólogos pode ser novo, mas nas escolas particulares isso funciona há muito tempo”, criticou Renisson.
Assistente social, Maria Aparecida de Assunção Ribeiro, destacou as dimensões e abordagens do atendimento às famílias. “Enquanto sujeitos coletivos, temos que atuar frente aos processos de educação pública, contribuindo para a qualidade do serviço, a partir dos interesses da classe trabalhadora”, reforçou Maria Aparecida.
A vereadora Cida Amaral (Pros) também esteve presente e destacou a importância da equipe multidisciplinar. “Nós precisamos de assistentes sociais e psicólogos nas escolas. Trabalhei com equipes multidisciplinares no hospital, quando era enfermeira, e também que enquanto professora de curso técnico presenciei o índice mínimo de evasão escolar quando a equipe multidisciplinar foi contratada. Cada uma dessas profissões tem a sua função, e precisamos delas para oferecer um serviço de educação com qualidade”, afirmou Cida.
De acordo com o deputado Marçal Filho, será produzida uma carta como resultado da audiência pública, com as principais reivindicações dos profissionais.
O documentos deverá ser redigido pelos profissionais que participaram do evento e encaminhado ao Governo do Estado, entre outros órgãos.
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