Carta buscará ações para potencializar postos de emprego em frigoríficos de MS

Imagem: Documento é fruto de audiência pública realizada na Casa de Leis
Documento é fruto de audiência pública realizada na Casa de Leis
09/07/2019 - 17:17 Por: Evellyn Abelha   Foto: Wagner Guimarães

Qualificar e garantir mais desossa dentro dos frigoríficos, levar tecnologia ao setor, qualificar a mão de obra, entender como o mercado internacional prejudica Mato Grosso do Sul e fiscalizar o mercado clandestino de carne. Essas serão alguma das premissas que comporão a carta fruto da realização da audiência pública "Desafios dos Frigoríficos em Mato Grosso do Sul". O evento, realizado nesta terça-feira (9), por proposição do deputado João Henrique (PL), elencou os problemas encontrados pelo setor e promoveu um espaço de diálogo entre as instituições, os agentes interessados e o Governo do Estado.

“Um dos destinatários desta carta é o Governo do Estado, incluindo as autarquias e as secretarias. Queremos convocar um movimento de revitalização dentro dos desafios apresentados. Vamos enviar para a ministra Tereza Cristina e também ao Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica]. Vamos levar nosso trabalho para que cada um dentro do seu escopo de atuação potencialize e faça MS se tornar, novamente, um dos maiores produtores de carne do Brasil”, explicou o parlamentar.


Deputado João Henrique foi o proponente da audiência pública

Um dos pontos mais debatidos durante a audiência pública foi o fechamento de um frigorífico em Paranaíba. “Escutei muitos apelos. Temos muitos problemas, pois vários frigoríficos são montados e depois desativados sem entendermos o porquê. Se precisamos ir mais a fundo, então vamos. Não podemos permitir que a população perca para que só um ou dois saiam ganhando”, disse o deputado Neno Razuk (PTB), que acompanhou o evento.

Os prejuízos decorrentes do fechamento do frigorífico foram elencados pelo prefeito de Paranaíba, Ronaldo Miziara (PSDB). “Essa medida alcançou o comércio, fomos freados bruscamente. Queremos que seja feita uma transição para que a gente não passe por isso: fomos dormir com 700 postos de emprego e acordamos sem eles”, relatou. O vereador por Paranaíba Andrew Robalinho (MDB) questionou o fechamento da unidade. “Paranaíba é um município pujante. Temos que fazer a cobrança desse fechamento. Temos uma logística invejável – estamos próximos a Minas Gerais, São Paulo, Goiás. O frigorífico tem uma planta habilitada a exportar. Não conseguimos entender o fechamento prematuro. Peço ao Governo que tenha uma política mais ostensiva de vigilância para que o município não sofra”, defendeu.  

Em resposta ao questionamento, o representante do Governo do Estado, Ricardo Sena, também alegou falta de informações, por parte da empresa, na decisão de fechar a unidade de Paranaíba. “Estamos surpresos com a planta em Paranaíba. O Governo do Estado estabeleceu critérios bem claros para concessão de incentivos e as obrigações que as empresas têm que cumprir são rígidas. Foi um esforço fazer a reabertura do frigorífico na cidade e estamos querendo saber da empresa sobre o fechamento”, alegou Sena, secretário adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).

O prefeito de São Gabriel do Oeste, Jeferson Luiz Tomazoni (MDB), sugeriu a regionalização de incentivos. “Precisamos de incentivos diferenciados, pois, no caso de São Gabriel, não estamos próximos aos grandes centros consumidores. Temos necessidade de capacitação, o interior precisa receber cursos de acordo com sua vocação. Precisamos de incentivos diferenciais para desenvolver as potencialidades de cada região. Necessitamos da Assembleia Legislativa, pois vocês são nossos interlocutores”, defendeu Tomazoni.


Representantes ligados à area dos frigoríficos compareceram ao evento

Sobre as questões de capacitação, o representante da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Marcelo Bertoni, falou sobre a possibilidade de parcerias com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). “Os sindicatos têm assistência técnica, o que falta as vezes é a ligação do sindicato com o prefeito. Temos capacidade de fazer essas parcerias com o Senar. A Famasul está à disposição dos prefeitos para fazer essa parceria”, disse. 

Intermediação

O deputado João Henrique destacou a importância da realização de audiências públicas na Casa de Leis. “Com esses eventos, entendemos de que maneira a ALMS pode, por exemplo, propor um projeto para ajudar, pois uma proposta mal colocada pode prejudicar, pode desarrumar outra coisa. Então primeiro ouvimos os envolvidos para fazer a interlocução”, destacou. 

Para o representante do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS), Eduardo dos Santos Dionízio, a audiência é um momento relevante para a sociedade sul-mato-grossense. “Importante o Parlamento abrir as portas e debater temas tão relevantes com os interessados, para que essa atividade importante para economia ganhe sua sustentabilidade”, avaliou. 

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